Como tudo começou

Bom, então já que já to aqui falando de ir pra Suíça, ir pra Suíça, Juca e Suíça, tá na hora de contar. Eu não vou começar de onde tudo começou senão tenho que contar a história e trajetória da minha vida inteira que me trouxe até aqui, e eu não tô com tanto tempo de sombra assim. O importante é começar em Novembro de 2008, quando eu estava adiantando a pesquisa da minha dissertação de mestrado e para atingir meus objetivos, estava na hora de começar a procurar emprego na minha área para quando eu terminasse o mestrado. A previsão de terminar o mestrado era Fevereiro de 2009.

Então comecei a procurar sobre sites de anúncios de emprego internacionais e comecei a achar alguns legais onde eu me encaixava e comecei a mandar meu currículo. Mandei pra vários. Váááários. Nossa, em uma semana eu havia mandando mais de 50 currículos e nem pesquisava mais nada do mestrado, só pensava em arrumar meu emprego. O meu foco era Alemanha, mas cheguei a me candidatar em vagas em outras cidades da Europa. A maioria das respostas era a mesma "Thank you for your application, but we have selected another candidate which the skills achieved more the requirements we were looking for." Em algumas poucas outras, um email de resposta positiva, curiosa e afim de marcar uma entrevista por telefone. E por aí foram algumas entrevistas. Curiosas, sim, porque a maioria queria saber o porque e entender porque eu queria deixar o Brasil pra ir trabalhar na Europa (...)

Cheguei a praticamente conseguir um emprego. Em Berlim. Só faltava o principal, a documentação, o resto tava tudo certo. Tempo passou, a crise econômica mundial explodiu e recebi a infeliz notícia de que as contratações naquela empresa iriam ser suspensas até a crise acalmar. E assim foi também a respostas seguintes que viria a receber. Aí já era Dezembro, Natal chegando... quer saber? Chega, vou aproveitar os feriados com minha família e depois focar a terminar esse mestrado, depois eu penso nisso.

E assim foi. O prazo pra terminar o mestrado em fevereiro foi extendido. Terminei tendo dois artigos que submeti aceitos em conferências onde eu teria que ir apresentar, então reprogramei tudo pra ir apresentar os artigos e terminar o mestrado até o meio de 2009. Continuei minha pesquisa, foquei nos preparativos pras viagens e apresentações dos artigos. Feliz da vida. Mesmo sem emprego. E fui vivendo. O tempo foi passando, comecei a pensar que talvez não devesse voltar pro mercado de trabalho e, sim, continuar na academia. Pensei em fazer doutorado, me candidatei a um na Alemanha, não passei. Confesso que no fundo mesmo eu nem queria fazer doutorado, não queria mais me matar de estudar nos próximos 4 anos, muito menos em alemão. Comecei a viver numa angustia sem saber o que deveria fazer em seguida. Mal me conseguia concentrar na pesquisa. De repente o sonho de ir pra Alemanha de novo foi se esvaecendo e eu passei a vê-lo tão distante... como se fosse um sonho sendo perdido, uma única chance que não haveria de ter de novo.

Até o dia que recebi uma candidatura de uma vaga de emprego que parecia se encaixar muito bem no meu perfil. Me candidatei, mandei meu currículo e uma carta de apresentação explicando porque e como eu era uma boa candidata para aquela vaga.

Depois da apresentação do primeiro artigo numa conferência, recebi a notícia de que tinha sido escolhida para fazer uma entrevista por telefone sobre a vaga. Em 29 de abril, 10 horas da manhã, comecei a entrevista em inglês e mais três gerentes do outro lado da linha me bombardeando de perguntas e mais perguntas. Nervosa eu tentei não parecer e após os 40 minutos, parecia até ter sido uma boa entrevista.

Segunda-feira, 4 de maio, recebi o email me informando que tinha sido selecionada para a próxima fase do processo seletivo, que seria uma prova técnica e uma entrevista cara a cara. Me pediram para esticar a viagem que faria no fim de Maio a Alemanha para apresentar meu artigo na outra conferência até lá. E eu fui.

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