Nem nas andanças a pé quando ainda não tinha o passe do tram eu me cansei tanto como hoje. Hoje me cansei não só física, mas tanto mental e psicologicamente que vou tentar explicar.
Bom, como vocês sabem, estou morando na Suíça. Estou me mudando pra Suíça ainda, digamos assim. Por mais experiência que eu tenha tido me mudando desde criança no Brasil com meus pais e até sozinha depois de crescida de cidade em cidade, uma mudança de país e num país no mínimo diferente, como a Suíça, é uma experiência única. Aprender os sistemas, as regras, as tradições, os costumes, as maneiras de lidar com as situações e as particularidades de cada ambiente, sem falar na superação do idioma, relações, convivência com as pessoas nesta cultura e diferenças climáticas é sem dúvida o maior desafio que eu já me submeti na minha vida. Não vou mentir, estou penando um bocado pra me ver vencedora neste desafio. A cada dia é uma nova batalha e sei que isto não vai terminar nem tão cedo. Mas só eu sei o quanto lutei pra chegar aqui, tenho fé que não estou aqui a passeio e acordo todos os dias com um sorriso no rosto pela oportunidade de poder estar vivendo esta realidade e saio de casa pronta pro que aparecer.
Pois bem, hoje foi a primeira leva de compras das primeiras coisinhas da minha nova casa. Utensílios de cama, mesa, banho e o mínimo necessário para fazer um apartamento habitável estava aí dentro deste carro. Móveis a parte, esta é uma história para outra hora... Um dia inteirinho gasto dentro do IKEA e só saí porque a loja fechava às 17h. Quando deu 16h, eu não conseguia nem mais raciocinar se eu preferia um lixeiro de inox ou de plástico. Meu cérebro se recusava a processar até as decisões menos importantes. Percebi, então, que ele me dizia que precisava de descanso. Bom, na verdade, o relógio chegando perto das 17h também avisava isto.
Uma novela pra colocar e arrumar tudinho dentro do carro, e o susto depois de um pequeno descanso mental pra conseguir captar o significado da imagem da situação no carro. Sem dúvida uma imagem e um dia pra ficar na memória. Ai ai, e a 2ª leva?Marcadores: berna, relatos, vida na suíça
