Pode parecer repetitivo ou clichê, mas eu não ligo. Vou falar mesmo assim. Nesse maravilhoso mundo dos blogs, descobri tanta gente interessante com tanta coisa interessante pra contar que isso me motivou ainda mais a pensar em posts bacanas e manter o blog atualizado com assuntos interessantes também. Saio lendo os blogs por aí e encontro gente com o mesmo pensamento que eu, e gente tão diferente, e tão perto e tão distante, é fantástico. Por esses blogs, encontrei em um deles um texto de Amyr Klink, um empreendedor de expedições marítimas e escritor brasileiro, que se encaixou muito bem também à minha pessoa, assim como várias outras que também estão aí pelo mundo, tenho certeza. Não que eu seja uma expedicionária, nem me meto por aí sem saber pra onde vou. Ainda não cheguei a este ponto. Tento ser bem sensata. Mas enfim, o texto diz o seguinte:
"Um homem precisa viajar.
Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV.
Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu.
Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor.
Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto.
Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto.
Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver."
Eu juro a você que às vezes parece que só tem eu pensando nessa linha, nas minha caminhadas pelo parque Elfenau, que eu chamo de "A Paz".
Aqui é onde eu sento (quando não tá frio), esqueço do tempo, ouço o barulho do rio correndo, sinto o cheiro de natureza, um ar tão limpo que dói, penso na vida. Penso no mundo, onde eu tô, pra onde vou. Questiono meus problemas, procuro soluções, encho os olhos de lágrima e faço planos B. Lembro dos meus ex namorados e dos amigos que eu não falo há anos, da importância das pessoas na minha vida, e de algumas coisas, de uma música que eu sabia cantar inteirinha e hoje esqueci como começa. Penso que estou quase chegando nos 30 e pergunto a Deus se é só isso mesmo. Faço contas do mês na cabeça, faço lista de prioridades de coisas a fazer, olho no relógio, mato um bicho que pousou na minha canela. Olho o casal caminhando do outro lado do rio e lembro das minhas idas à academia. Fico com frio porque a nuvem tá passando na frente do sol e penso em voltar pra casa. Ando de novo e sempre me lembro do tempo do colégio onde eu marchava e aí tento manter a cadência do passo. São tantos pensamentos que conseguem ir e vir à minha mente quando estou neste parque, e me sinto tão viva e tão querendo viver mais. Por vezes me sinto inquieta por ter tanta coisa a se ver ainda no mundo e tão pouco tempo, como se fosse tarefa minha não deixar passar e querer saber e conhecer tudo. Mas chego perto de concluir que é essa inquietude que me alimenta e sem ela não vivo, não tenho paz, não tenho razão. Ainda bem que tem gente nesse mundão afora feito eu, senão ia achar que eu era a ovelha negra do mundo.Marcadores: berna, fé, reflexões, vida na suíça