Em busca da verdade

Eu já perdi a conta de quantas vezes esse blog já mudou de cara. Nem me lembro mais como era o formato original. Era mais fácil quando só tinha 8 opções pra escolher. Agora com tanta feature, fico querendo experimentar tudo e ver como fica. Mas resolvi tirar as 3 colunas e manter só 2 mesmo porque, primeiro, quando quero postar fotos grandes, não cabe, segundo porque fica muita informação de uma vez e a pessoa fica sem saber pra onde olhar. E o plano de fundo ficou escuro e transparente primeiro porque o outro já tava começando a me parecer antigo e amador, esse transparente é tão mais moderno! E segundo porque páginas com menos branco levam seu monitor a consumir menos energia, então... de nada!

Mas isso não importa, estou aqui pra falar de outra coisa. Aproveitando o post de Lourdes, já que ele envolve questões de fé, crença, religião e essa coisa toda, eu tô inspirada pra escrever a respeito. É um assunto delicado e eu de antemão já peço desculpas se não agradar. Não sou especialista em nada, nem sei o bastante pra não mudar de opinião, falo o que sinto, compartilho o que acredito.

Eu fui batizada na igreja católica quando era bebê pelos meus pais. Minha família inteira é católica, por parte de pai e parte de mãe, mas a minha avó, mãe da minha mãe, como já comentei aqui antes, é muuito religiosa. Desde que me entendo de gente, minha mãe sempre vai à missa aos domingos, e de uns tempos até eu me mudar pra Suíça, sempre que eu estava com ela, eu ia também. Fiz primeira comunhão, não fiz crisma, e antes eu rezava porque achava que tinha que fazer isso. Morando sozinha em Recife e sem ninguém pra me acompanhar à igreja, eu fui deixando o interesse de lado. Até eu namorar um evangélico que me mostrou outra forma de enxergar Deus e eu voltei a me perguntar sobre a vida, de onde viemos, porque estamos aqui e pra onde eu vou quando morrer.

O namoro acabou mas desta vez eu não deixei o interesse pelo assunto de lado. Quando morei um ano com meus avós antes de vir pra cá, tive a chance de conhecer ainda mais sobre isto, agora pela perspectiva católica, e como tudo na vida, quanto mais você sabe, mais você se pergunta. Me lembro que um dia depois da missa, jantamos eu, minha avó, meu avô e o padre. Bebemos vinho e conversamos atéééé uma hora da manhã.

Passei a ter pra mim então que eu não tenho como ter certeza hoje que tudo que diz a Bíblia é verdade. Há diferentes versões da Bíblia e se eu leio uma, ignoro a outra, e aí já começa a influenciar as divisões feitas pelo homem. Eu não tô nem aí se eu tenho que ler o Corão, a Bíblia evangélica, católica, o Torá ou ficar na minha e seguir minha vida pra ser uma boa pessoa e cumprir minha missão. O que me indaga é: porque eu tenho que seguir uma coisa só?

São tantas seitas e igrejas diferentes e no final, todas pregam mais ou menos a mesma coisa. Se você olhar superficialmente, é sempre uma força maior (Deus, Allah, Criador, seja lá como quiser chamar) que rege a nossa vida aqui. Que Deus criou o universo em 7 dias, que o mundo nasceu de uma explosão cósmica, se ainda estamos esperando o Messias ou se estamos milhões de anos atrasados em relação a outros planetas e outros seres, eu não sei. Nem acho que temos como saber daqui. Saber ao certo aqui hoje ninguém sabe 100%.

O que termina acontecendo é que cada um termina acreditando naquilo que é melhor pra si, porque é mais confortável e menos doloroso se você acreditar que existe um Pai que olha por você o tempo todo, e que mesmo se você fizer coisa que não deve você pode ser punido mas vai ser perdoado depois. Viver só assim sem ter que se preocupar na sua missão, nas suas atitudes, porque põe outras pessoas no mundo, o que a sua pessoa pode influenciar em outras, nas consequências dos seus atos, enfim. Se você começar a se perguntar, não termina mais. E não há a resposta perfeita pra essas perguntas. É, é complexo o assunto. Não quero nem vou conseguir abranger tudo que ele implica aqui nesse post.

Hoje eu não posso dizer que sou 100% católica. Acredito em algumas coisas da religião, mas outras não me convencem, e permaneco cética. Quando vi e entendi um pouco mais do protestantismo, entendi as semelhanças e diferenças mesmo dentro de um só cristianismo, e hoje depois de ter ido ao Egito, estar morando na Suíça e convivendo com tanta gente diferente, passei a conhecer mais coisas, e uma delas é um pouco mais também do islamismo e do ateísmo.

Tenho pra mim que ter uma religião é estar em busca da verdade, da luz que possa iluminar nossa vida, nossa trajetória, para sustentar nosso pensamento, e ter força para encarar as dificuldades, para estarmos de bem com a gente mesmo e com os outros que estão perto da gente. É querer entender como chegamos aqui, como evoluímos e pra onde vamos. E queremos ir pra um lugar bom, queremos ser do bem. Se sua crença te diz para fazer bem ao próximo para você não ir pro inferno, então você segue isso, porque se você acredita, você não é bobo de arriscar sofrer pra sempre depois que sair do seu corpo, certo? Você aprende rezas e as repete toda noite porque acha que elas resumem o que você pensa e assim canaliza sua fé para o que você acha que precisa. Mas a religião não é uma mágica. Deus não é o gênio da lâmpada que você esfrega e pode sair fazendo pedidos que serão realizados. Não é como vemos por aí essa enxurrada de igreja de tudo quanto é nome, e pastor que não sabe nem falar direito pregando sabe-se lá o que pra gente que acha que tá entendendo alguma coisa. Acho que isso é consequência do mundo estar tão desesperado com tantas catástrofes e tragédias que as pessoas buscam qualquer coisa que as façam se sentir um pouquinho melhor, mas no fundo permanecem ignorantes. E aí os charlatões saem ganhando e perde-se toda a essência da idéia inicial de promover a crença, a harmonia, o amor, a fé.

É tudo tão corrompido que é difícil. É difícil chegar a uma conclusão, é difícil pensar no assunto e levar adiante, mas eu tenho pra mim que é mais difícil ainda ignorá-lo. Eu prefiro poder conhecer o que me cabe e tentar absorver o que eu conseguir em busca da verdade. Acho que é mais da responsabilidade de cada um o que acredita e suas atitudes. Não é porque frequenta uma igreja que é uma boa pessoa. Não é porque imigra para outro país que é uma pessoa menos boa.

Ontem eu assisti com o Eric o documentário "The Silent Revolution of Truth", que rola como foco principal sobre a história de Billy Meier, um suíço que teve contatos com extra terrestres desde criança, com provas de fotografias, vídeos, objetos, e coisas inexplicáveis como profecias e leis de comportamento que o ser humano deve seguir para desenvolver a consciência e assim evoluir de maneira certa. Aparentemente ele é a maior prova que OVNIs existem e reúne o maior volume de informações que provam que ele está certo no que diz. Eu continuo cética e me fazendo mil perguntas, porque se esta é a verdade, então como ele explica o milagre de Lourdes e Bernadette Soubirous, por exemplo? E os muçulmanos que fazem sacrifícios pesados estão errados? Olha, talvez ele até tenha explicação sobre isso, eu só estou dizendo que EU não sei, e EU não me convenço com um documentário de 2 horas. Já li bastante sobre teorias da conspiração, buscas pela verdade, teorias que levam o catolicismo abaixo, mas também não são de todo convincentes o suficiente pra eu acreditar que não é apenas em prol de um interesse em especial. Porque somos todos humanos, vivos e vivendo no mesmo espaço de tempo hoje, e não acho que nós hoje somos capazes de entender, de elevar nosso pensamento em outra dimensão que possa existir e entender de fato que isso aqui é só um estágio ou seja lá o que for.

Depois do filme, ainda ficamos conversando por quase 3 horas sobre o assunto. Continuo acreditando na verdade, no aprendizado diário em busca de ser uma pessoa melhor, através de situações que a vida coloca no meu caminho, com pessoas diferentes, pessoas com as quais aprendo e formo opiniões. E não creio que quando eu morrer, eu tenha cessado minha busca. Não sei pra onde vou, mas se eu morrer, quando eu morrer, espero que tenha feito o que deveria aqui, pro Criador ou pra quem tenha me conhecido, ou quem se deparar com qualquer coisa que eu tenha deixado. Espero que eu tenha captado a mensagem.

"Que a paz esteja sobre a Terra, e entre todos os seres"!

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