Castelo de Praga

O Castelo de Praga é um ponto indispensável a quem vai à capital da República Tcheca. Em qualquer parte da cidade, há vários tours turísticos de 1 ou 2 dias (às vezes mais) e todos eles indiscutivelmente incluem a visita ao Castelo da cidade. E é um ponto turístico que precisa de um certo tempo pra visitar.
O Castelo na verdade é um complexo de prédios, igrejas e edifícios históricos. Apesar de ficar próximo ao Little Quarter (Malá Strana) que é a parte de Praga que sofreu menos com a destruição e arrasos do passado, o Castelo conta com incêndios e invasões na sua bagagem histórica. Entretanto conseguiu que igrejas, capelas e torres fossem conservadas, desde o esplendor da época gótica da Catedral de São Vito até as modificações renascentistas feitas pelos Habsburgos, que também deixaram rastros por aqui.
Diz meu guia da Folha de São Paulo que a história de Praga é facilmente confundida com a do Castelo, fundado pelo príncipe Borivoj no século IX. O pátio data de 1753 a 1775, época em que o conjunto foi reconstruído nos estilos barroco tardio e neoclássico. Em 1918, o Castelo tornou-se sede do governo da Tchecoslováquia, e até hoje o presidente da República Tcheca possui um gabinete lá. Quando o presidente lá se encontra, a bandeira do país permanece hasteada para que todos tenham conhecimento da sua presença no local. Das duas vezes que fui lá, o Castelo estava aberto e cheio de turistas, mas quando o presidente está lá não sei se funciona da mesma maneira.
Os detalhes do Castelo são muito ricos e muito bem desenhados. É tudo muito grandioso e de deixar qualquer um boquiaberto. A frente do Castelo se enche de gente a cada hora quando acontece a troca da guarda, assim como acontece em Londres no Palácio de Buckingham, mas o daqui é menos cheio de pompa.
Todos os tours por Praga, como eu já disse, incluem a visita ao Castelo. Mas se você como eu não tiver de tour, não vá andando. Ou melhor, pode até ir se sentir que está muito disposto, pois o Castelo fica no alto de uma colina. Eu achei melhor ir de transporte público. Só alguns minutos de concentração e boa vontade pra descobrir como chegar lá com esse monte de consoante no nome das ruas e estações, mas conseguimos. Pegamos o tram 22 e descemos em Prazský hrad (Prague Castle), mas pode também descer em Pohorelec, que sai em cima do castelo.
Há várias entradas e todos os caminhos lá no topo da colina vão dar ao Castelo, então não tem erro.
Pela entrada principal, como mostra as fotos acima, damos de cara com o pátio e o prédio onde fica o gabinete do presidente e uma pequena igreja. Atravessando este pátio, logo somos surpreendidos com a bela e imponentíssima catedral de São Vito, uma das melhores e principais atrações do complexo do Castelo de Praga.
O "susto" é tão grande quando nossos olhos encontram a Catedral que forma uma espécie de "engarrafamento" na transição do pátio que estávamos pro pátio onde fica a catedral. Todo mundo pára e tenta enquadrá-la na câmera, o que não é uma tarefa fácil... Eu mesma fiz vááárias tentativas, vários ângulos, vários focos diferentes, cada detalhe em uma foto diferente...
A Catedral de São Vito (Katedrála Sv. Víta, Václava a Vojtécha) é uma das marcas de Praga mais distintas. O trabalho de construção desta preciosidade começou em 1344 sob as ordens de João de Luxemburgo. Hoje a catedral guarda as jóias da coroa e a tumba do "Bom Rei" Venceslau, que apesar do curto reinado deixou um legado importante por ter fundado a romanesca rotunda da catedral.
São Vito foi escolhido como padroeiro devido ao fato de Venceslau ter adquirido uma relíquia sagrada (restos mortais) - o braço de São Vito, do imperador Henrique I. Mas existe também a hipótese de Venceslau ter tentado com isso converter seu povo ao Cristianismo mais facilmente e escolheu um santo de nome eslavo.
O interior da catedral é aberto ao público e lá dentro temos mais noção da sua grandiosidade. Não só física mas de cultura, de arte. Uma volta na catedral nos remete a centenas de anos de história. Podemos ver os melhores elementos representativos do estilo moderno, neo-gótico, e artefatos religiosos, réplicas santas e trabalhos de arte desde arte renascentista até um santuário moderno.
É enorme!!!
Além disso, saindo da Catedral, já estamos finalmente no outro pátio de onde podemos admirar as "costas" da catedral, tomar um fôlego e dar um descanso à máquina fotográfica. Ou não.
O pátio por trás da Catedral de São Vito tem outras atrações históricas a visitar. O Convento de São Jorge, por exemplo, o primeiro convento da Boêmia fundado ali no Palácio Real em 974 pelo príncipe Boleslav II. Depois de abandono, conversões e reconstruções, hoje abriga a coleção da Galeria Nacional da arte tcheca do século XIX.
Meu guia do Eyewitness Travel dedica 4 páginas para falar do convento e desta galeria, então quem se interessa, sinta-se a vontade a visita. Nós não fomos. Passamos parte da manhã e a tarde toda praticamente só na parte de fora do complexo do Castelo. Muita gente dedica um dia inteiro à visita, pois se for ainda visitar galerias e coleções de arte, realmente um dia é preciso, talvez até mais.
Como o Castelo é na verdade um complexo, há várias saídas e entradas diferentes, é quase um labirinto. É preciso sim um mapa. Mas vale a pena se perder e dar de cara com saídas desertas e ter uma belíssima surpresa ao ver o que tem em espaços pouco explorados por turistas que vão visitar o Palácio Real, como o jardim que encontramos (foto abaixo) que mais parecia uma pintura num quadro.
Surpresas boas de quem viaja. E não só nessas "saídas" escondidas do Castelo, mas dentro do próprio Castelo, andando a cada ponto, não é difícil ser surpreendido por áreas inexploradas e lindas. Portanto, deixe seu espírito explorador e aventureiro reinar no Castelo de Praga!
Como se já não bastasse tamanha beleza e passeios extraordinários pelo Castelo de Praga, no pátio da entrada principal se tem uma vista fantástica da cidade. No dia que fomos, o dia estava um pouco nebuloso e não dava pra ter a melhor das vistas, mas mesmo assim, valeu a pena!
Deste mesmo pátio, fomos escadaria abaixo finalmente deixando o complexo do Castelo. Pra subir, tram, mas pra descer todo santo ajuda, então fomos de escada mesmo. E foi mais um passeio! A vista, a arquitetura, as lojinhas tradicionais, tudo lindo.

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