Irlanda











A viagem à Irlanda não foi exatamente programada, mas eu já sabia das chances de ir passar o ano novo lá. Devido à mudança de emprego (conto mais detalhes depois) e a não possibilidade de ir ao Brasil passar com minha família, aceitei com carinho os convites de ano novo que me foram feitos. Um deles, foi ir a Dublin, a capital da Irlanda, a ilhazinha láá em cima da Europa. A minha amiga Jamille tem uma prima que mora lá e me chamou pra ir também. Prima que eu nem conhecia, fiquei meio sem saber se aceitava, se não aceitava, e terminei desencanando. Se ela disse que tudo bem, então tudo bem, ne. Além disso, a gente queria passear, bater perna, turistar e conhecer a cidade e a prima dela apesar de muito gente fina, já está lá há 9 anos então não sei se ia ter saco pra topar todos nossos programas turísticos. Mas aí sem saber se ia dar certo ou não essa viagem pra mim devido aos acontecimentos da mudança de emprego (conto depois!), fui deixando, deixando e quando vi que ia ser isso mesmo, comprei finalmente a passagem apenas 1 semana antes de viajar por um precinho camarada pela Swiss, quando acontecia todo aquele caos de aeroportos fechados na Europa e nevascas obrigando vôos a serem cancelados. Graças a Deus e a São Pedro, o tempo deu uma melhorada e nem atraso meu vôo teve.

Com uma semana de recesso no trabalho, era demais desperdiçar em casa. Acordei às 4:40 da manhã, peguei o primeiro tram do dia às 5:39 para chegar à estação às 5:53, comprar bilhete e entrar no trem que saia às 6:02 na última plataforma lá longe para o aeroporto de Zurique. Foi corrido, mas deu tempo. O cara que sentou na minha frente no trem que não tomava banho há dias me impediu de cochilar e perder a parada do aeroporto. Por volta das 7:30 cheguei lá, fiz meu check in e correu tudo tranquilo. Em 2 horas o avião estava já aterrisando em Dublin e quase não consigo conter minha alegria quando pisei fora do avião e senti os húmidos 8 graus que fazia por lá. Pra quem saiu de uma Suíça geladíssima beirando temperaturas negativas tá bom demais. Mas tive sorte, pois na semana anterior lá tinha chegado a -15 graus e nevado muito. Pra minha felicidade, o que meus olhinhos viram quando cheguei lá foi neve nenhuma, já tinha derretido tudo.
O primeiro impacto foi o lado trocado do volante nos carros quando peguei o taxi no aeroporto. Depois, todo mundo me disse que Dublin é feito Londres que chove e pára sem parar. Apesar da semelhança na direção do carro, neste sentido foi ponto pra mim, pois no dia que eu cheguei o dia estava nublado, sim, mas não choveu nenhuma vez. Nos outros dias, não choveu choveeeu, parecia mais que o ar estava molhado, denso, e não que estava garoando. Não foi de todo ruim, mas não sei se o frio ou a humidade provocou algum efeito na minha máquina fotográfica, pois as fotos não ficaram muito boas como antes. Ficaram meio embaçadas, sei lá. O cinza do céu também não ajudou muito pras fotos ficarem belas, mas tenho pra mim que foi isso. Vamos ver como ela vai se comportar daqui a 2 semanas em Berlin, que provavelmente vai estar bem frio também.
A expectativa que eu tinha de Dublin era algo como Londres, mas não tão cosmopolita quanto. E foi por aí mesmo. É verdade, Dublin é grande, a população da cidade e arredores chega a um milhão, a arquitetura é inglesa, é bem movimentado e tudo e tal, mas o que distinguiu mesmo o meu conceito uma da outra foi o povo. Gente, que gente simpática, afetuosa, carismática! Os suíços definitivamente deveriam ir lá fazer um estágio dessa matéria. Aliás, só os suíços não, podia mandar meu chefe também lá. Talvez seja a cultura da cerveja Guinness que é encontrada em cada esquina, em cada pub, e aí com uma cervejinha, todo mundo fica amigo mais fácil.
Aliás, quanto pub!!! Minha nossa, nunca vi tanto pub e nunca fui em tantos pubs em tão pouco tempo! Todos sempre cheios e sempre com música. Outro ponto: gente pra ter bom gosto pra música, viu. Seja irlandesa, seja não, a música era sempre boa. Em vários pubs, encontramos grupos tocando e cantando música irlandesa e a galera entra na onda, bate palma, canta alto, dança, não sei se sempre estão alterados pelo efeito do álcool, mas nem sempre dá pra notar também. Enquanto eu tomava uma única pint, vááárias e várias pints eram consumidas neste interim pelos irlandeses. E não tem nada demais, lá quem não bebe é olhado torto. Principalmente se for uma Guinness. Antigamente diziam que era preciso tomar Guinness pra ficar forte. Imagina só essa lenda no Brasil. A cerveja e a fábrica da Guinness em Dublin são a principal atração da cidade. Em Dublin existe um bairro que é o templo dos bares, o "Temple Bar", que está sempre em festa e a Guinness é a rainha da festa em todos os pubs de lá.
Um país tão animado só podia produzir mesmo grandes ícones, como bandas como U2 e Cranberries e literatura extravagante de Oscar Wilde. Não podia não prestar. Teve uma hora que a gente estava na Guinness Storehouse tomando nossa pint da cerveja preta e cantando Sunday Bloody Sunday, e ficou na memória. Com exceção que não era domingo, era quinta, e não era um dia "bloody", só estava um pouco chuvoso, o vídeo ficou aí pra registrar o "momento irlandês" ahahahaha...

Tamanha é nossa admiração pelo U2 que fomos bater na Windmill lane, onde foi a primeira gravadora onde o U2 gravou suas primeiras músicas. A parede da gravadora hoje é toda rabiscada, quer dizer, decorada de trabalhos de graffiti de fãs do U2 que vão lá prestar homenagem à banda, deixar seu recado na parede e alguns são feitos por eles mesmos.
Conclusão? ADOREI! O pouco que pude conhecer da Irlanda valeu a pena. Queríamos muito ter ido a Belfast, na Irlanda do Norte, mas os horários e a distância não deixaram. Fica pra uma próxima. Ouvi muito bem também sobre o interior da Irlanda, cidades pequenas do campo de uma beleza ímpar valem muito a pena também. Também não conheci. Além de Dublin, conheci Malahide, uma cidade litorânea, onde tinha uma praia muito da fria, conto depois também. Por ora, digo que conhecer a Irlanda e Dublin foi uma experiência mega incrível!

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