Brasil para principiantes

"Liana, pra que serve isso?" - perguntou todo mundo quando chegou à churrascaria brasileira olhando a 'pinça' em cima da mesa perto dos talheres, aquela que a gente pega a carne quando o churrasqueiro tá cortando com o espeto no seu prato.
"Como assim 'rodízio'...?".
"Mas passa uma carne de cada vez?".
"Mas meu prato vai ficar muito cheio!".
"Interessante esse sistema. Mas eu já estou satisfeito!" - quando ainda tava só nas linguiças e asa de frango.
"O que é isso??" - apontando pra farofa.
"Não tem batatas pra acompanhar?" - eu: "Não, só tem arroz!".
"O queeee????? Você come o coração da galinha???????"
"Pão de queijo? Ah, vou comparar com o que vc fez na sua casa!".
"Caipirinha, caipiroska e mojitos não são a mesma coisa?".
"Caipiroska de abacaxi? De kiwi? Oh my God!".
"Coxinha? Risole? Pastel? Hã?".
E não teve quem conseguisse pronunciar 'feijão' direito. Esse 'ão' é difição pra quem não é brasileiro, ne.

Essas foram algumas das pérolas de ontem, na minha despedida. Fui com o pessoal mais chegado na churrascaria brasileira aqui em Berna, a Brasil Grill. Não é barato, não é exatamente como no Brasil, mas o pessoal que trabalha lá é brasileiro, a caipirinha é de primeira, tem música brasileira de fundo e dá pra matar a saudade de uma picanha com alho e outras coisitas mais.

É muito engraçado ver que coisas que pra vc são tão naturais e para outros é tão fora da normalidade. A linguiça, o coração de galinha, o vai e vem do churrasqueiro com a carne no espeto.

A gente já tinha ido a restaurante indiano, tailandês, suíço, japonês. Desta vez, não poderia ter sido escolhido melhor local pra minha despedida. Eu nem almocei direito ontem só me guardando pra esse rodízio. Todo mundo adorou e comeu até se acabar. Fazer uma extravagânciazinha dessas só de vez em quando, em ocasiões especiais.

E ontem ficou então assim registrado o fim da minha jornada na UPU.
À plus!

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