Copenhagen, Dinamarca

O pouco que eu sabia da Dinamarca até então envolvia vikings, Escandinávia, frio e chocolate.
A Dinamarca, sim, é famosa pela associação aos vikings, aquele povo que se metia no alto mar em navios de madeira entre 800 e 1100 depois de Cristo, para atacar e negociar coisas pelo mar do Norte e Irlanda. Ali no alto, acima da Alemanha, formando a Escandinávia junto com a Suécia e a Noruega, a estratégica posição levou vantagem durante as lutas constantes com a Inglaterra e o resto da Europa. Aliás, li um bocado no guia Eyewitness Travel e realmente, a história é marcada por muitos conflitos por controle do mar do Norte e disputas de territórios sempre entre esses países: Suécia, Inglaterra, Noruega. Um troca troca de terra e espaço que no final deu no que deu. A Dinamarca bem que tentou ficar neutra nas duas grandes guerras, como a Suíça, mas muitas vezes foi pressionada pela tensa situação dos arredores e foi ocupada pelos nazistas, o que levou um movimento clandestino de residência. Em outras situações de conflito, foi forçada a eventualmente se posicionar, o que de uma forma ou de outra trouxe consequências. As reformas sociais continuaram depois da guerra e novas leis levaram o país a hoje ser um dos mais liberais que existem.
Muito tempo foi investido com esforço para manter o poder no Báltico, e uma sucessão de governos e períodos de prosperidade seguiram adiante. Andando pela cidade, é impossível não ouvir sobre Cristiano IV, o "rei construtor" que reinou no século XVI e foi responsável por muitas obras de construção civil e obras primas arquitetônicas, como o Palácio Rosenborg, em Copenhagen, a casinha de verão do moço. Mas o que muito me chamou a atenção foi o Amalienborg, ou Palácio Real. Um complexo de quatro prédios ao redor de uma praça, construídos para serem a residência de quatro famílias ricas, mas o tal do Cristiano IV comprou um dos palácios e o tornou residência da família real.
A Dinamarca é uma monarquia constitucional com um sistema parlamentar de governo. Este palácio é a residência oficial da rainha Margrethe II, no trono desde 1972, filha de Frederik IX. Todo dia ao meio dia acontece a troca da guarda, assim como em Londres no Palácio de Buckingham. É... menos pompa que em Londres, naturalmente.
Mas aconteceu um pequeno imprevisto e minha querida máquina fotográfica simplesmente se negou a tirar mais fotos e o botão não disparava mais nem a pau! Que raiva!!!! Imagine meu desespero, eu em plena Copenhagen com uma máquina sem poder tirar fotos...

Pelo menos foi no segundo dia e eu já tinha tirado muuuuuitas fotos no dia anterior, mas mesmo assim, ne. Bom, imprevistos acontecem mesmo. Terminei tirando fotos da troca da guarda com o celular, e filmei. A danada da máquina não batia mais foto, mas filmava...

Terminei adquirindo uma nova máquina no aeroporto, o que não estava nos meus planos, mas também a oferta era tão boa e eu como moro na Suíça, que não faz parte da União Européia, ainda ganhava 20% de desconto, a câmera nova terminou saindo por um precinho camarada.

Falando em União Européia, a Dinamarca é membro da UE desde 1973, mas não aderiu ao euro. A moeda lá é a coroa dinamarquesa (DKr), ou Danish Krone, em inglês. Eles aceitam euros nas lojas e restaurantes, mas te devolvem o troco em coroa. Sempre dividia os valores em coroa por 7,35 pra saber quanto custava em euro.




A Dinamarca tem um alto padrão de vida, de educação e saúde, mas li que os impostos também são bem altos por lá. Mesmo assim, o custo de vida é ainda menor que na Noruega e Suécia. Eu achei as coisas em Copenhagen bem carinhas, pra falar a verdade. Lojas, transporte e comida com um preço bem salgado, e olhe que eu moro na Suíça.
O idioma é o dinamarquês que a primeira vista parece coisa de louco com os Os cortados, mas prestei bem atenção, e no final, parece com o alemão. Claro, vêm do mesmo tronco germânico, apesar de diferenças na pronúncia e escrita, também com o norueguês e sueco. Mas fiquei IMPRESSIONADA como os dinamarqueses falam inglês bem!!! TODO MUNDO fala inglês, e fala inglês bem demais! Isso é fato. Não conversei com uma pessoa que falasse inglês mais ou menos, todos excelentes, o que facilita a vida de todo turista.
Um país tão pequeno, 5 milhões de habitantes. Copenhagen como capital, pequena mas bem movimentada, é a principal atração turística de lá. Em algumas regiões, prédios históricos e muito antigos, e logo ali pertinho, construções tinindo de novas e estilos variados. Sistema de transporte rápido, eficiente, de alto padrão. Levei exatos 15 minutos de metrô do terminal do aeroporto a estação mais próxima do meu hotel. Muito fácil de usar. As ruas todas têm áreas para ciclistas, aliás, tá pau a pau com Amsterdam pra saber onde tem mais bicicleta. Além do que, muito vento o tempo inteiro em qualquer parte da cidade!
Uma das principais atrações de Copenhagen é o Tivoli, o Parque Tivoli, inaugurado em 1834 e é um centro de lazer, e não apenas um parque de diversão, pois inclui teatro, restaurantes chiquérrimos e tal. Ali são realizados muitos eventos, shows e espetáculos de ballet, porque só o cenário é de chamar atenção. É baseado em jardins ornamentais do século XVIII, tem alguma coisa de arquitetura chinesa, jardins suspensos, parece um charme. Eu não entrei, mas só a entrada dá uma boa impressão do negócio.
Como falei antes, a Dinamarca é um país liberal, com alto nível de tolerância. Aborto é aprovado e existem uma área, chamada Christiania, que é o "estado livre de Christiana", melhor dizendo, onde tudo é permitido, paz e amor e nada mais importa. A área da paz existe no mesmo lugar desde 13 de Novembro de 1971 quando a comunidade foi estabelecida e atraiu muita gente de vários países com a mesma filosofia hippie pra lá. As autoridades dinamarquesas já tentaram de várias maneiras negociar a retirada dessa comunidade dali, pois vira e mexe gera problemas, mas ainda continua sendo uma dor de cabeça pro governo. Ali vivem quase mil pessoas, marijuana corre solta, pra não falar nada mais pesado. Pra quem não é da comunidade, é preciso se informar direitinho pra entrar ali para visitas.
Outro destaque de Copenhagen é a Pequena Sereia (Den Lille Havfrue). Não, não é a da Disney. Aliás, Walt Disney fez um filme inspirado na pequena sereia de lá, mas com um final de história diferente. A estátua tornou-se um símbolo da capital da Dinamarca, pois representa mais uma vez a forte conexão do povo dinamarquês com o mar. Ela fica voltada para o canal Öresund e foi inaugurada em 1913 e é a sereia que abandona o mar ao se apaixonar por um príncipe.
Tudo em um fim de semana muito corrido, mas de muitos novos conhecimentos valiosos e impagáveis. Eu adorei conhecer a Dinamarca. Pela primeira vez pisei na Escandinávia e agora obviamente já quero também planejar em conhecer a Suécia e a Noruega.

A cidade é relativamente pequena e dois dias dá pra conhecer bastante coisa e ainda visitar museus e palácios, como o Rosenborg Castle onde são exibidas as jóias da realeza, e o Amalienborg Royal Palace.
O país é rodeado de mar, mar, mar. Então é claro que um dos principais, senão o principal, pontos de entrada do país é o porto, de navio. Nos dois dias que passei, vi barquinhos simples assim vindo da Alemanha, da Noruega, etc. Então é muito comum embarcar num cruzeiro desses assim e "ganhar" uma visita a Copenhagen. Mas se a sua chegada for de avião, como a minha, melhor ainda. O aeroporto de Copenhagen é maravilhoso, enorme, super moderno e foi eleito o melhor do mundo várias vezes.
Sensacional!
Adorei a Dinamarca!

Marcadores: , , , , ,