Israel & Jordânia

Juro que não sei nem por onde começar... faz algumas horas que finalmente baixei todas as 1150 fotos da máquina pro PC e não me canso de vê-las. Sinto muitíssimo pela minha antiga máquina ter quebrado em Copenhagen, faltando pouco pra embarcar pra essa grande façanha e eu ter comprado "qualquer uma" sem tempo de pesquisar nem nada, porque a qualidade das fotos podia estar melhor, mas enfim. Vou ainda levar a máquina antiga pro reparo, mas está tudo aqui. Registradíssimo.
Jerusalem, Israel
Preciso ainda de tempo pra absorver tudo que meus olhos viram nesses intensos 4 dias. Mas ao mesmo tempo não quero esquecer dos detalhes e quero escrever pra deixar gravado. Sei que vai ser o tipo de post que vou olhar depois muitas e muitas vezes. Quem acompanha este blog conhece pelo menos desde o início do ano meu desejo de conhecer a Terra Santa. A Jordânia veio de quebra.
Petra, Jordânia
Desde que visitei o Egito em 2006 por conta própria, fiquei meio traumatizada com países árabes, pois o assédio foi muito exorbitante. Eu não podia sair do hotel, andar na rua, mexer no cabelo, que o povo parava e ficava parado olhando, queria tocar em mim, me oferecer ajuda e se aproveitar. Não gostei. Amei as pirâmides, mas tive uma péssima impressão da cultura. Voltar a um país árabe foi uma idéia que passou anos sem habitar minha cabecinha. Mas as coisas mudam, a pessoa evolui e as opiniões se desenvolvem. Depois que vim morar aqui, praticamente qualquer país da Europa ocidental estava a poucas horas do meu alcance. Muitos eu já conhecia, e a sede de conhecer coisas novas me fez querer ver o que tinha além. Continuo adorando a Europa, não me entenda mal.
Israel sempre soou especial pra mim. Não sou religiosa de ir a missa toda semana, mas mantenho minhas crenças e minha fé do meu jeito. Já escrevi isso aqui várias vezes. Já passei por muita coisa na vida que me faz acreditar que devemos ter algo que podemos nos segurar quando a situação aperta. Talvez por esse motivo, a Terra Santa tenha me chamado ainda mais a atenção depois de cruzar essa linha que marca a nova "era" da minha vida, a vida aqui na Suíça. Passei por muitos aperreios e nunca me deixei levar, nunca desisti. Um lugar que tem "santa" no nome não poderia ser uma má referência, afinal. Um lugar onde mesmo com tantas diferenças, as variadas religiões chegam a um denominador comum. Um lugar que exerce tanta influência no mundo... ora, que implicou, influenciou TUDO no mundo, melhor dizendo. Seja qual for sua crença, a Terra Santa tem um papel importante no que diz respeito a espiritualidade.
Masada, Israel
Convencida de que eu precisava conhecer de perto a origem de tudo e entender o significado de tanto barulho que se faz por ali, eu não me preocupei em ter companhia pra visitar e descobrir o tal centro do mundo. Li livros, pesquisei e organizei todos os detalhes de uma viagem, que me orgulho agora em dizer, foi um sucesso! De lucro, ainda melhorei a impressão de países pouco tolerante e comportamento árabe para comigo, pois a Jordânia entrou na jogada e, tudo bem, foi apenas um dia em Petra, mas mesmo assim, não tenho nem palavras pra descrever o quanto valeu.
Petra, Jordânia
Viajei sozinha, mas não me senti sozinha em nenhum momento. Tá, talvez quando cheguei no hotel com tanta lembrança recente na cabeça e fiquei falando sozinha mesmo, mas o free wifi do hotel me ajudava, e eu também estava tão cansada de tanta andança que logo caía no sono e rapidinho chegava o outro dia com mais tantas novas descobertas esperando por mim que mal dava tempo de me lembrar que eu tava só. Aliás, eu conheci tanta gente, gente que eu com certeza não conheceria se tivesse viajando acompanhada. Você viajando sozinha abre mais espaço pras pessoas virem falar com você. Claro, quando não agradava, tinha que me livrar sozinha das peças raras, mas na maioria das vezes as pessoas que conheci e mantive contato foram muito legais e interessantes. E conheci também alguns outros corajosos que estavam encarando o Oriente Médio por conta própria, assim como eu, o que deu espaço para muitas e muitas conversas. Além do que, as pessoas em Israel foram sempre muito simpáticas, agradáveis, gentis e receptivas. Não fui hostilizada nenhuma vez. Na Jordânia, os árabes só queriam saber de onde eu era, e eu morri de rir quando o guia me puxou num canto pra dizer logo no início do dia que eu fosse me acostumando, que iam mesmo passar o dia tentando puxar conversa comigo porque eu parecia meio árabe, meio européia, e isso era muito interessante... hahahahahahaha!!!! Meia árabe?!? Essa pra mim é nova.
Muro da fronteira com a Palestina
Quero sentar pra escrever aqui os posts dessa viagem única com calma, com paciência e com disposição, então espero ser a mais verdadeira possível ao passar minhas impressões. Essa sem dúvida foi a viagem mais especial que fiz primeiro por se tratar de um lugar ultra especial e signifcativo, depois porque fui só, organizei tudo só, e finalmente pelo que ela representou pra mim. Ultrapassei barreiras de medo, insegurança, cultura, e aprendi muito sobre respeito, diferenças, história, religião, fé, tradições, mitos, lendas, como eu jamais imaginei que seria. Imaginei sim que seria intenso, mas só sentindo na pele pra saber realmente o impacto de ver de perto.
Igreja da Anunciação. Nazaré, Israel
Por vários momentos tive meus olhos cheios de lágrimas, algumas horas consegui segurar, outras não. Conhecer de perto, pisar e tocar nos lugares mais sagrados deste mundo, olha, não estava no meu gibi há alguns anos atrás... Eu sei que eu falo muitos adjetivos repetidos aqui quando vou a um lugar novo, mas aqui os adjetivos serão pequenos pra caracterizar tanta grandeza.
Mar Morto
A programação dos dias também não poderia ter sido melhor. Comecei em Petra, na Jordânia, numa longa caminhada sob um sol escaldante, depois segui por Israel numa jornada incrível em Tel Aviv, Jerusalem, Belem, Nazaré, Tiberias, Mar da Galiléia, Masada e encerrei tentando me equilibrar no Mar Morto, num Spa Resort, porque ninguém é de ferro, ne. Acho que nunca mais serei a mesma.

Marcadores: , , , ,