Mar Morto

Saindo do forno Masada, era hora de passar o resto do dia no Mar Morto!
Depois de 4 dias andando sem parar por Petra, Jerusalem, Belem, Nazaré, Tiberias, Mar da Galileia e Masada, agora vinha a parte relax da viagem: um spa resort bem no meio do deserto da Judéia, próximo ao Mar Morto, que na verdade não é nada de mar, é um lago.

O Mar Morto fica parte em Israel e parte na Jordânia. É 411 metros abaixo do nível do mar, e é o "mar" (lago) mais abaixo do nível do mar que existe, é o ponto mais baixo da Terra. E a tendência é aumento desse desnível.

A água é muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito salgada, e por isso o mar tem esse nome. Ficou provado em estudos que a quantidade de sal que tem lá é dez vezes mais o nível de sal que se tem no oceano, por isso é impossível qualquer tipo de vida ali. Qualquer peixe que chega ali, morre.

Pelo que eu entendi da explicação do guia, a razão é que o Mar Morto fica numa baía, numa área sem saída, que é abastecida pelo Rio Jordão. Como a água que chega ali, chega e fica por ali, não tem pra onde fluir, e por causa da quentura do deserto da Judéia que fica ao longo da costa, a água do mar vai evaporando com o calor, a baía continua sendo alimentada pelo Rio Jordão, a água continua sendo evaporada, mas o sal permanece acumulado e não tem pra onde ir. Sendo assim, a grande concentração de sal é resultado de anos e anos de águas que chegam ali do Rio Jordão, evaporam e deixam o sal. Hoje o Mar Morto está muito menor que anos atrás, tem até placas pra identificar até onde ele alcançava 30 anos atrás, e hoje já está lá longe. A tendência é que continue "entrando" cada vez mais no mar de verdade e em alguns anos, é capaz de não existir mais Mar Morto!
A água é composta por vários tipos de sais, sais que só podem ser encontrados nessa região do mundo, e inclusive já foi comprovado que tem propriedades terapêuticas, assim como a lama preta nojentinha que tem lá. Mas o mais impressionante mesmo é boiar no Mar Morto. A quantidade de sal é tão grande, mas tão grande, que aumenta a flutuabilidade. É só entrar e boiar...
Nesse passeio, eu conheci 3 meninas super gente boa, 2 de uma banda de rock na África do Sul e uma italiana que faz doutorado nos EUA e também viajava só. Desde o início do dia no passeio em Masada que começamos a conversar, nos demos super bem e ficamos lá no Mar Morto tirando a maior onda de ficar boiando sem fazer esforço, na experiência mais esquisita que eu já vivi num mar! Mas olha, o difícil era se equilbrar ali, viu! Pra se virar era uma novela!
Foi super divertido! Eu quando cheguei - de sandália, claro, porque o calor não tava pra brincadeira - olhei pro chão e achei a areia engraçada, branca... é, não era areia, era sal já mesmo. E tem literalmente blocos de sal no meio da lagoa. O chão dentro d'água não tem areia, é só sal mesmo! Então ficava já difícil pra se equilibrar por conta da flutuabilidade da água, e ainda com o chão de sal escorregadio, mesmo de sandália, tornou a experiência quase que surreal!
A água é oleosa demais e isso dá uma agoniazinha. E a brincadeira, no entanto, tem outros poréms tambem. Eu no meio da diversão e das atrapalhadas tentando me equilibrar, acabei molhando o cabelo e obviamente a água do meu cabelo escorreu pro meu olho... olha, sal no olho é pior que pimenta!!!
aaaaaaaaaahhhhhhhhh!!!!!!!!!! hahahahaahahahaha!!!!!!!!!!
Tô rindo agora que já passou, mas na hora foi um sufoco danado. Não tinha nada seco pra me ajudar a por nos olhos e ia demorar pelo menos uns cinco minutos até eu conseguir sair da água totalmente, andar até a areia, er.. quer dizer, ao sal lá da praia, onde já não tinha mais água e lavar o olho na torneira com água normal.
Então resultado, ficou eu e a roqueira da África do Sul em pé na água esperando secar com o olho ardendo até ficar boa de novo!
É ou não é uma experiência surreal?! Fala sério! Uma praia no meio do deserto! Com areia de sal e a água mais salgada que tudo no mundo, e ultra oleosa.
Bom, depois dessa macacada, ficamos lá aproveitando um pouquinho do sol, conversando, colocando o bronze em dia, relaxando, ne, que ninguém é de ferro. E ao bronze a Suíça agradece.

Marcadores: , ,