Petra, a magnífica cidade de pedra

Ta aí, até chegar lá, não tinha me tocado dessa. Em grego, Petra significa de fato "Pedra". Dã!
E por que ela foi denominada assim?
Hm, vamos ver...
Entendeu, né?
Petra é uma cidade ultra antiga. A história tem registro de colonização da região pelos Nebateus, uma tribo árabe, por volta do ano 300 antes de Cristo.
Os registros vão tão longe e envolvem tantos povos que eu desconheço, que eu não vou conseguir nem dar um embasamento apropriado aqui pra entender tudo que essa cidade representa. Queria eu ter mais tempo pra dedicar a leitura e aprendizado pra respirar ainda mais forte o ar das viagens que faço.
Mas o resumo de tudo que mais importa saber é que a cidade hoje é na verdade o que sobrou de várias "construções" escavadas nas rochas. A região já foi dominada por vários e vários povos, foi rota de comércio com a Síria, e mesmo depois de terremotos que atingiram a área e um longo período de abandono até Johann Ludwig Burckhardt, o que existe lá é tão impressionante que em 2007, assim como o Cristo Redentor no Rio, foi eleita uma das novas sete maravilhas do mundo moderno.
Os vestígios que vemos nas pedras são impressionantes, pois só Deus sabe desde quando esses traços estão aí. Muito incrível mesmo.
Passamos horas e horas andando por ali e a cada curva, aparecia algo mais impressionante. Novas formas, diferentes esculturas e traços e resquícios surpreendentes. Mas o que fez Petra ser uma das escolhidas nas novas sete maravilhas do mundo foi principalmente a existência deste templo conhecido como "Treasury", ou Tesouro:
Este magnífico monumento é o principal cartão postal de Petra. Merecidamente, fala a verdade. Bem conservado e colossalmente lindo, está aí desde o século 1 a.C. e é chamado assim por causa de uma lenda dos beduínos, que acreditavam que o tesouro do faraó - Khasheh el-Faroun - era a criação mágica de um bruxo que tinha colocado o tesouro numa urna lá dentro. Sei lá, ne. Sei que é magnífico, pois imagina, os arquitetos que fizeram isso aí não tinham precedentes, nem base nem tanto conhecimento, e criaram essa maravilha que tá aí esculpida tão perfeitamente, de pé até hoje.
Depois de andarmos 1,6km entre paredões e rochas, avistamos essa maravilha e o guia ficou lá um tempão explicando pra gente o significado das esculturas, das figuras, das lendas, e mesmo sob um calor de quase 40 graus, tava todo mundo muito atento e interessado.
O casal de americanos que estava no nosso grupo quase chorou de emoção. Disse que viu esse templo na National Geographic e tantos documentários no Discovery Channel por tantos anos, e mal podia acreditar que ele tava ali agora na frente ao vivo e a cores.
É realmente muito espetacular!
Petra também está no meu livro "1.000 Lugares Para Conhecer Antes de Morrer", de Patricia Schultz, traduzido para tantos idiomas. Diz que partes da cidade, como o Tesouro esculpido no penhasco, estão milagrosamente preservadas e que a cidade é tão velha, quanto o próprio tempo. Verdade.
Depois de passar pelo Treasury, ainda poderíamos seguir andando direto por mais 2 horas até chegar ao monastério, que também é muito conhecido e deve ser outro espetáculo. Mas não fazia parte do tour, já estávamos andando há bastante tempo, já era de tarde, estava muuuuito quente, muito calor, nem tínhamos almoçado ainda, e ainda tinha que voltar andando tudo de novo, todos os 1,6km de volta pra sair dali. Sem falar que eu tava sem dormir, e só com o jantar da noite anterior do avião, ne, mas tudo bem. Se tivesse líquido pra dar uma refrescada e um minutinho na sombra, já tava bom demais!
Na caminhada por Petra, quando não estava tirando foto embasbacada com o que via ao meu redor, estava conversando com o pessoal do meu grupo. Fiquei mais tempo conversando com 2 caras, um que viajava sozinho também, o Adam, da Inglaterra, e o Mark, filho da grande família de americanos que viajava junta lá, mas ele era o mais jovem da turma então ficou mais tempo com a gente. Então nós três éramos meio que os viajantes solos do grupo e passamos o tempo inteiro juntos, dividindo um com o outro a emoção e o entusiasmo de estar ali, foi super bacana.
No caminho de volta, estávamos já tão cansados, mas tão cansados, e com fome também, que depois de um certo tempo, parecia que o caminho não acabava mais nunca e as rochas começavam a parecer todas iguais.....
Finalmente fomos chegando ao final, ou melhor, ao início de onde começamos de manhã, à entrada da cidade histórica, já com as pedras menores, e quase morri quando entrei no mini bus com ar condicionado! Que alívio!!!
Aliviada, mas satisfeita.
O tour foi maravilhoso e eu fiquei muito orgulhosa de ter conseguido organizar tudinho e ter dado tudo certo. A agência que me ajudou a programar a maioria das coisas em Israel e Petra foi esta. E o tour de Petra que eu reservei foi este aqui, bate e volta de Tel Aviv. Mas existem vários outros com mais opções de ficar dias em Eilat e tal.
O guia falou que ele costumava fazer este tour 5 vezes por semana, mas que agora por causa dos conflitos das redondezas, tava fazendo no máximo 2 vezes por semana e olhe lá. A Jordânia faz fronteira com o Egito e com a Síria, e quem acompanha as notícias viu como tá alvoroçada a situação por lá. Quem perde com isso é o turismo. No começo, enquanto o guia falava e explicava as coisas, até fazia eco no meio das rochas, só ouvíamos a voz dele, e ele disse que aquilo não era normal. Ali sempre estava cheio de gente, lotado de turistas. Para nós corajosos que fomos no meio da poeira alta do Oriente Médio, tivemos em primeiro lugar sorte por nada ter acontecido nem perto, e depois porque as coisas estavam mais baratas que o normal e obviamente menos gente é menos tumulto.
Eu finalmente tinha cumprido minha missão de conhecer Petra, mesmo com a super restrição de tempo que eu estava.
Sim, tava morta. Mas cansaço físico depois recupera. Eu sou jovem e aguento.
O importante é que eu tinha conhecido Petra. Ponto.

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