Depois de falar do lugar mais sagrado em Jerusalem para os Judeus - o Muro das Lamentações -, agora é a vez dos Cristãos. A Igreja do Santo Sepulcro é o lugar cristão mais importante da Terra Santa.
Depois de várias etapas de destruição de Jerusalem que comentei no post anterior, quando aconteceram tantos e tantos conflitos até chegar aos Romanos, os imperadores que seguiram depois faziam o que desejavam e administravam locais que uma vez foram tidos importantes como queriam. Uns iam contra a cristandade, outros a favor.
Mas alguns fiéis insistiam em não perder vestígios dos últimos passos de Jesus Cristo antes de morrer naquelas terras. Sendo assim, o local da crucificação manteve-se identificado através do tempo, a pedra chamada Gólgota, e a tumba próxima conhecida como Anastasis ("ressureição" em Grego).
Finalmente um santuário foi construído no local, a Igreja do Santo Sepulcro, pelo imperador Constantino, no ano 313. Mas com o passar do tempo foi destruída por invasores persas, tesouros foram roubados, depois os muçulmanos governaram a cidade, e a Basílica foi novamente destruída e depois de novo reconstruída e finalmente consagrada em 1149.
Então a Igreja hoje fica onde os Cristãos acreditam que aconteceu a crucificação de Jesus, o enterro e a ressureição. A Igreja tem uma estrutura bem complexa e confusa. Não tem uma grande fachada nem uma bela entrada, nem altar. Lá dentro, é dividida em várias áreas onde acontecimentos sagrados aconteceram, com capelas, santuários e espaços especiais, tudo sob uma escassa iluminação.
Por exemplo, na entrada, fica a Pedra da Unção, onde o corpo de Cristo foi dado a unção com óleos santos e purificado depois de descer da cruz. A pedra é memorial, data de 1810, mas é uma atração especiais aos peregrinos pelo que ela representa e o local onde ela está. Muitos se ajoelham, jogam água benta, rezam, se emocionam e pagam promessas ali. Até o Papa esteve lá e beijou a pedra.
No dia mesmo que fomos lá, ficamos "presos" várias vezes lá dentro sem poder seguir adiante nem sair lá de dentro, pois sempre está começando ou passando um ritual de alguma congregação com um grupo de fiéis, padres e turistas, e quando isso acontece todo mundo tem que ficar onde está e respeitar a demonstração de fé, seja qual religião for.
O local da sepultura de Jesus é o local mais sagrado de todos. É onde tem a maior fila e os mais emocionados fiéis, guardas e demonstrações de crenças.
É difícil não ficar emocionado e mexido diante de tanta santidade e grandeza, embora haja tantas severas desavenças nesse mundo tão conturbado. Saber que ali encontra-se um ponto em comum, uma crença forte, algo que inspira fé desde um passado tão distante, não é pouca coisa não.
Passagens tiradas da Bíblia:
Episódio "Jesus é Sepultado".
Marcos Capítulo 15
22 Levaram-no, pois, ao lugar do Gólgota, que quer dizer, lugar da Caveira. 23 E ofereciam-lhe vinho misturado com mirra; mas ele não o tomou. 24 Então o crucificaram, e repartiram entre si as vestes dele, lançando sortes sobre elas para ver o que cada um levaria. 25 E era a hora terceira quando o crucificaram. 26 Por cima dele estava escrito o título da sua acusação: “O Rei dos Judeus”. 27 Também, com ele, crucificaram dois salteadores, um à sua direita, e outro à esquerda. 28 E cumpriu-se a escritura que diz: “E com os malfeitores foi contado”. 29 E os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: “Ah! Tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas 30 salva-te a ti mesmo, descendo da cruz”. 31 De igual modo também os principais sacerdotes, com os escribas, escarnecendo-o, diziam entre si: “A outros salvou; a si mesmo não pode salvar; 32 desça agora da cruz o Cristo, o rei de Israel, para que vejamos e creiamos”. Também os que com ele foram crucificados o injuriavam.
33 E, chegada a hora sexta, houve trevas sobre a terra, até a hora nona. 34 E, à hora nona, bradou Jesus em alta voz: “Eloí, Eloí, lamá, sabactani?” que, traduzido, é: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” 35 Alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: “Eis que chama por Elias”. 36 Correu um deles, ensopou uma esponja em vinagre e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber, dizendo: “Deixai, vejamos se Elias virá tirá-lo”. 37 Mas Jesus, dando um grande brado, expirou. 38 Então o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo. 39 E quando o centurião que estava defronte dele viu-o assim expirar, disse: “Verdadeiramente este homem era filho de Deus”.
João Capítulo 19
38 Depois disto, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, embora oculto por medo dos judeus, rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus; e Pilatos lho permitiu. Então foi e o tirou. 39 E Nicodemos, aquele que anteriormente viera ter com Jesus de noite, foi também, levando cerca de cem libras duma mistura de mirra e aloés. 40 Tomaram, pois, o corpo de Jesus, e o envolveram em panos de linho com as especiarias, como os judeus costumavam fazer na preparação para a sepultura. 41 No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim, e nesse jardim um sepulcro novo, em que ninguém ainda havia sido posto. 42 Ali, pois, por ser a véspera do sábado dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro, puseram a Jesus.
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