Turquia

A verdade é que eu também enrolei um pouquinho pra escrever sobre a Turquia. Li tanta coisa e a medida que eu lia, queria correr pro PC pra escrever pra não perder aquela frase. Isso aconteceu tantas vezes até mesmo antes da viagem acontecer, que eu tive que me disciplinar e parar com isso de uma vez senão eu não conseguia ler 2 parágrafos. Então li, estudei, vi as fotos sem me preocupar, curti muito tudo, e depois quando fosse escrever, era problema meu resgatar o máximo que conseguir e tentar registrar aqui. E então aqui estou eu.
Nem quando eu fui a Berlin pela 2a vez no início do ano isso aconteceu, apesar da riquíssima história que a Alemanha tem. Mas não sei o que foi, a Turquia e a sua história me pegaram de um jeito que eu não sei explicar. Muito fascinante. Talvez eu tenha é ficado boba de só agora ter me ligado nesse país tão bonito e interessante e queria meio que recuperar o tempo perdido tentando sugar o máximo que eu podia de aprendizado daquele lugar.
Foi música, livro, guia de viagem, blogs, artigos na internet. Li tudo que consegui no tempo que me restou até antes de partir, e mergulhei o quanto pude pra chegar lá preparada pro que eu ia ver.  Eu "me dei" de presente essa viagem a Istanbul de aniversário, e não poderia ter escolhido presente melhor!

"Istanbul, que já foi Bizâncio e, mais adiante, Constantinopla, é uma cidade de encanto e magia, dividida entre a Europa e o extremo ocidente do continente asiático". Olha, eu vou puxar várias linhas do livro Istanbul que falei 2 posts atrás, já vou avisando logo, porque o livro, digo e repito, é muito muito muito bom!
A Turquia é uma democracia parlamentar laica. Em 2004, iniciou uma campanha para ingressar na Comunidade Europeia, o que exigiu emendas constitucionais e uma revisão na política de direitos humanos. A Turquia ainda não faz parte da UE. Tem 71 milhões de habitantes e 99% da população é muçulmana, apesar de não ser rígido como em outros países.

Pela Turquia já passaram tantos povos e raças, que é inegável as marcas da diversidade e universalismo que são visíveis até hoje. Istanbul não é a capital, a capital do país é Ankara. Istanbul é uma cidade majestosa, diferente de todas as impressões contemporâneas em cidades que eu passei até hoje. Foi escolhida como capital da cultura europeia em 2010, muito merecidamente. A cidade tem uma infra-estrutura revitalizada para acolher o turismo que cresce muito fortemente.
A Turquia conserva qualquer coisa de antiga, e qualquer coisa de metrópole cosmopolita. "O Bósforo une os dois continente mais antigos do mundo em uma fascinante aliança de civilizações". A Turquia é contagiante, é encantadora, é caótica e esplêndida. É o país muçulmano mais liberal que existe na face da terra, e o regime mais aberto para com seus povos é refletido em cada aspecto- nas pessoas, nas ruas, na arquitetura, nos famosos mercados. Esses conflitos que aconteceram no Egito recentemente clamando a queda de seu governo, na Líbia e em outros países muçulmanos, tudo aconteceu na Turquia há um tempo atrás. A Turquia é o estado de liberalismo muçulmano que os outros países querem alcançar e aqssim se desconectarem de tanta repressão.

Andando por Istanbul, percebi muitas e muitas mulheres de burca, e minha guia me explicou que elas não eram turcas. Eu fui a Istanbul no auge do verão, meio de julho, poucas semanas antes de começar o Ramadan, que não só é a época de jejum para os muçulmanos, mas é época de prática intensiva de valores - paciência, renovação de fé, purificação espiritual, aproximação de Deus e abandono de más condutas. O Ramadan é o quarto pilar do Islã e obrigatório a todo muçulmano. Os muçulmanos passarão o mês de agosto inteiro no Ramadan e é um período difícil, de muita dedicação e sacrifícios, então muitos aproveitavam o finzinho das férias antes do Ramadan, e por isso havia tantos muçulmanos e mulheres de burca em Istanbul, vindo provavelmente do Irã, do Egito, etc.
A viagem a Istanbul, ou talvez a Turquia inteira, deve ser feita por aqueles que gostam de viver a viagem, e não somente ir lá perambular. Por isso fiz tanta questão desse bafafá todo. Depois que quebrei barreiras de medo de viajar só com o marco da ida a Israel, a maior dificuldade que tenho agora é definir prioridades de onde ir e organizar toda essa euforia de conhecer os cantos. Países islâmicos sempre me amedrontaram, mas minha vontade de conhecer e explorar novas culturas finalmente venceu e agora eu só preciso é organizar tudo muito bem antes de partir. E assim foi com a Turquia. Apesar de ter sido um mísero fim de semana e só ter conhecido Istanbul (tem muuuuuuuuuito mais coisa pra se ver na Turquia), eu pude viver tanto e tão bem a viagem e deu tudo tão certo, que cada vez mais me realizo nessas viagens que faço.
Muita gente já comentou aqui que sente essa vibração nos meus relatos de viagem, e voces não poderiam estar mais certos. Ora, como eu poderia deixar de ir, deixar de conhecer essa magnífica cidade? Estou aqui tão perto, tão no centro do mundo podendo alcançar tantas coisas. Pode ser que amanhã eu não esteja mais aqui, não more mais aqui, e aí vou sentir não ter feito o que gostaria de ter feito. O livro de Dalal e Katia que falei acima diz que a primeira viagem a Istanbul é apenas uma introdução, uma pequena amostragem histórica do país. Porém, nesse primeiro contato já é possível perceber a atmosfera que envolve a cidade, constatar a simpatia e a simplicidade do povo, provar as delícias culinárias, apreciar os belíssimos parques e construções históricas, maravilhar-se com a grandeza e opulência de seus museus, palácios e mesquitas, e ainda vivenciar o misterioso encanto dos bazares e mercados espalhados pela cidade.




Istanbul é um centro financeiro e econômico importante no mundo de hoje. A vida noturna é surpreendente. A cultura é incalculável. A viagem a Turquia ultrapassa todas as expectativas de um turista, tenho certeza. O consumo de aprendizado é muito grande porque a história turca é muito impressionante e rica. Ah, e não confunda turco com árabe. Fui falar árabe ao invés de turco com meu guia, e ele me deu uma bronca de leve. Na realidade, os árabes e turcos só têm em comum a religião muçulmana. Os turcos têm raízes distintas, a língua é diferente, enfim. Tenho muito mais para contar sobre Istanbul, e conto no próximo post!

"Conhecer os hábitos e costumes de um povo permite que compreendamos e apreciemos suas qualidades e reconheçamos sua contribuição no desenvolvimento de nossa civilização. Este saber amplia nossa visão do mundo e valoriza o papel das diferentes nações. A comparação entre os hábitos, convenções sociais, relações familiares, saneamento, higiene e cuidados com o corpo nos deixa perceber os diferentes estágios na evolução dos povos de uma mesma época."

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