que nem jiló

Hoje é aniversário da minha mãe, que tá lá no Brasil. Tô com o coração apertaaaaado de saudade, uma saudade amarga que nem jiló, já dizia o velho mestre... tudo que eu mais queria era dar um abraço nela, na minha irmã e na minha sobrinha que eu já não vejo há tanto tempo... Saudade saudade saudade, que palavra chata! 1 ano e 3 meses desde a última vez que fui ao Brasil. Tem dias que tudo que eu mais queria era sair, ir prum buteco bem fuleiro perto do meu antigo trabalho no Recife Antigo, jogar conversa fora, ir pra um churrasco decente, ouvir todas as pessoas ao meu redor falando português, ouvir samba, dançar descalça, rir bem alto e morrer de calor.

Tem dias que eu não aguento olhar pra cara das pessoas na rua aqui, olho e só vejo o quanto elas não sabem nada do que acontece do outro lado do oceano e o quanto é pobre essa ausência de conhecimento que termina gerando preconceito, esnobismo, um abuso sem fim, que mal consigo dizer Grüsse e tenho raiva de mim por ter inventado de um dia começar a estudar alemão, que foi o que deu rumo a tudo isso que tá acontecendo hoje comigo. Já dizia outro aí, os ignorantes que são felizes!

Nessas horas parece que nada que a gente vive aqui vale a pena, não consigo enxergar nenhuma vantagem, só estou cega de saudade, um aperto no coração, sou só lembranças e invadida por uma sensação de estar deixando de viver minha juventude no meu país, deixando de lado minhas amizades... e daí que eu to vivendo outras experiências, e daí que eu estou conhecendo o mundo, e aí que meu trabalho é uma excelente oportunidade e eu falo vários idiomas, e daiiiiii? nada tem importância, tudo parece cinza no dia mais ensolarado do ano.

Eu sei que é um dia ruim e que vai passar, mas não queria deixar passar batido pelo blog. A vida aqui não é só mar de rosas. Pelo menos minha próxima passagem pelo Brasil já está definida, e assim conforta um pouco esses dias de desespero.

Como já dizia Thom Yorke, hoje eu estou uma creep... uma weirdoo-oo, what the hell am I doing here? I don't belong here...... faz todo sentido... no entanto, eu deixo aqui é o velho clássico de Gonzagão mesmo, numa bela sugestão de um velho amigo que está nos EUA.

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