CERN

Se você como eu leu o livro Anjos e Demônios de Dan Brown, voce já ouviu falar no CERN. Depois de O Código da Vinci, o CERN (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear) seria um ótimo palco para mais um enredo de tramas para o professor de simbologia de Harvard Robert Langdon protagonizar. O CERN não é nada fictício, fica em Genebra e é, senão o maior, um dos maiores centros de pesquisa científica do mundo. Principalmente, mas não apenas, a organização é hoje um ícone mundialmente conhecido por suas pesquisas e experimentos em laboratórios de física sobre aceleradores de partículas e outras nerdices. Voce sabia que foi lá que a World Wide Web foi criada? É, a internet. Lá existe também um gigante e poderoso centro de informática com os maiores cabeções da área.
Imagino que para muita gente, isso seja muito legal e tal, mas nem todo mundo se daria ao trabalho de ir lá conhecer o CERN. Eu, que estava em Genebra e vi um tram que ia direto pra lá não hesitei. Do centro até lá são 20 minutos com o tram 18, é a última parada já nos subúrbios meio distantes de Genebra. Fui morrendo de felicidade. Não esqueça que eu sou uma nerd disfarçada. Por mais que eu esperneie, minha formação em Computação não me deixa negar... Eu já tinha vontade de ver de perto o instituto, e já que não estava tendo uma boa experiência com Genebra, fui lá conhecer.

Pelo site do CERN, é possível agendar visitas com guias em Inglês, Alemão ou Francês. Os tours acontecem duas vezes por dia (10:30 e 15:30) e são sempre lotados. Se não agendar com antecedência, dificilmente vai ter vaga de última hora. Mas é possível fazer o tour por voce mesmo, sem agendar, sem guias, só chegar lá e explorar por si. E foi assim que eu fiz minha visita ao CERN. Ora, não precisa pagar um tostão pra entrar e tudo tem explicações, folhetos, explicações em audio, videos. Dá pra passar um booomm tempo nerdando lá dentro.

A gente não entra nas áreas do complexo onde os pesquisadores e alunos trabalham, obviamente. Senão, coitados, acho que eles não iam fazer nada o dia inteiro. Mas há uma área só para exibições dos progressos e pesquisas e conquistas do CERN para quem quiser ir lá ver. E se voce assim como eu se interessa pelo assunto, vale a pena.

O CERN ficou muito mais conhecido no mundo não apenas pela história misteriosas de Dan Brown, mas pelas recentes experiências referentes ao LHC, ou seja, o Grande Colisor de Hádrons (Large Hadron Collider). O LHC é o maior acelerador de partículas do mundo. Enorme mesmo, tem 27 km e fica a 175m abaixo do nível do mar, na fronteira da Suiça com a França. Gente, vinte e sete kilometros!!!!!! É muito grande!!!! Tá, mas isso significa o que ne? Bem, em suma, o objetivo do LHC é recriar condições que resultaram no Big Bang. É, a origem do universo. Com essa acelaração de partículas é possível simular colisões de feixes de partículas e obter dados para entender e explicar a origem da massa de partículas elementares e encontrar outras dimensões no espaço, dentre outras coisas. O LHC serve também para experimentos que investigam a massa e a fraqueza da gravidade, etc. Tudo muito interessante, não acham? Pois é, eu tambem.
Em 2008, o LHC entrou em funcionamento, mas foi interrompido por alguns pequenos acidentes. Houve muita especulação que esse LHC poderia causar uma grande destruição no planeta e os experimentos poderiam resultar graves acidentes e consequências ao nosso planeta. Foram bilhões de euros investidos na ciência e milhões de estudantes de diversas universidades por todo o mundo colaborando em pesquisas para este projeto funcionar. Desde então, muitos recordes já foram batidos em pesquisas na Física e o LHC ficou muito popular nos jornais e notícias por aí. Bom pro CERN.
Hoje o LHC é o maior orgulho do CERN e uma enorme parte da exibição é dedicada a ele. O CERN aumentou sua popularidade, ganhou prestígio e é alvo de muita gente inteligente que quer botar os neurônios pra produzir lá. Eu achei fantástico simplesmente estar lá no CERN. A primeira vez que fiquei sabendo da existência do tal foi nos meus primeiros anos de universidade lá em Recife, quando Genebra era uma cidade muito muito distante. Sempre curti essas questões de 'quem somos, onde estamos, para onde vamos' que a Física tenta explicar. Estar ali no núcleo de desenvolvimento de pesquisas para encontrar respostas foi o máximo.
Agora eu vou parar por aqui porque senão vou começar a expressar minha grande admiração e apreço pela ciência e esse post vai parecer muito mais nerd do que já é. E eu não quero voltar a pensar na possibilidade de voltar a me meter com pesquisas científicas porque é um caminho sem volta e uma fase muito cruel na vida de uma pessoa. Muito gratificante no final, é verdade. Quem já fez mestrado e doutorado sabe o que é isso. Voce envelhece 5 anos em 2, os livros viram monstros e voce sonha que tá estudando e não consegue acordar. Eu ainda estou vivendo a 'fase de descanso' post mortem depois que virei mestre, ok?

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