Só no Brasil

É o seguinte, são 10:30 da noite, cheguei agora há pouco em casa depois de assistir Breaking Dawn no cinema e tomar um mojitos na citi, eu to com sono e preciso acordar cedo amanhã pra ir trabalhar em Zurique, mas apesar do grande número de acessos desde a minha volta (obrigada!), to sentindo o blog meio abandonado. Então já que to no mood pra escrever um bocadinho, cá estou eu, porque amanhã tem confraternização da empresa, depois tem fondue, depois tem não sei o que, e aí só Deus sabe quando é que vou escrever aqui de novo.

Desde antes de sair de férias no Brasil, tava sentindo uma espécie de sinais sempre na minha direção, sempre algo em relação ao Brasil que acontecia, que eu via, ouvia, sei lá, e achava que era porque estava perto de eu partir e aí era coisa da minha cabeça. Mas durante a viagem, e agora que estou de volta, continuo vendo o Brasil sempre tão presente e aparecendo no meu dia a dia assim sem querer, que eu resolvi parar e pensar a respeito.

Até no filme que assisti hoje, a Bella e o Edward aparecem no Rio de Janeiro, e isso nem estava no livro hein. Bom, depois de ter dado de cara ontem com um video que nós somos a nacionalidade mais cool do mundo porque somos hard workers e very sexy people numa pesquisa feita pela CNN, eu comecei a me convencer de que aí tem coisa. Com todo mundo que falo, já cansei de ouvir que a economia do Brasil está booming. Uma suiça nem me dava atenção num almoço um dia no trabalho, e depois que soube que eu era brasileira, olhou pra mim diferente e começou a me fazer perguntas e elogios ao Português. Afinal, o que é que nós temos?!

Bom, agora que eu acabei de chegar de lá, é fácil enumerar uma série de coisas, como
Picolé de frutas inigualável, como esse de cajá
Caipirinha original
Essa vista
Essa praia
Esse prato de macaxeira, carne de sol e queijo de coalho
Praia de Boa Viagem
Churrasco de verdade
Gente animada e simpática só por estar junto
Mas sério mesmo. Olha, eu esse ano passei por 15 países diferentes, e nenhum tem o que a gente tem. Não sei explicar. Já falei aqui nesse blog várias vezes sobre essa infinita reflexão de Brasil, viver no exterior, etc. e talvez agora seja uma conclusão. É como se agora minha estadia aqui depois da fase de deslumbramento fosse REALMENTE minha escolha, após ter realized o lugar de onde venho.

Assim que cheguei lá agora de férias, depois de quase 2 anos sem ir lá, primeiras reações foram estranhas tipo "estou entendendo tudo que a mulher do meu lado está falando sem fazer esforço!!!!", a facilidade com a qual as pessoas conversam, tão easy going, tão simples, a maneira como se olham, se abraçam, se beijam em público. Tudo que pra mim era óbvio e eu não prestava atenção. E por que prestaria, não é verdade? Se voce mora no Brasil provavelmente tá achando maior baboseira isso aqui. Mas se voce mora fora, deve estar me entendendo. Não só aqui na Suiça mas na Europa em geral, principalmente em países não latinos, as pessoas são tão frias que voce termina esquecendo algumas coisas depois de passar tanto tempo aqui.

Nossa, como foi bom rever minha família, abraçar meus amigos, falar sem precisar ficar traduzindo, quebrando a cabeça com o Alemão, meu cérebro também tiveram umas merecidas férias. Tudo parece tão fácil que eu até me perguntei de novo o que danado eu vim fazer aqui do outro lado do oceano, sabe. Mas essa reflexão eu já fiz, eu já passei dessa fase e não vou mais ficar de mimimi por aqui não. Vir pra cá foi minha escolha, eu pesei todos os fatores que eu podia no momento e não me arrependo não. Chega ne dessa conversa?

A real é que eu nunca vou deixar de ser brasileira e nem quero isso. Posso até ser estrangeira pra sempre, porque a boa brasilianidade que eu guardei eu não quero perder. Eu quero ser o que o Brasil tem de bom. E se preciso ficar aqui pra ajudar a mostrar pro mundo isso, eu aceito.

Só no Brasil eu poderia ter me tornado a pessoa que sou.

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