Chateau de Chillon

Aproveitando o embalo de posts suiços... Chillon!
Quando minha mãe estava aqui, eu queria leva-la para conhecer algo legal aqui na Suiça. Porque a gente fica tão empolgada querendo fazer alguma coisa quando tem visita (e logo minha mãe!), querendo mostrar a Europa toda, viaja pra outro país e termina deixando pra trás tanta coisa bonita que a própria Suiça tem pra mostrar.
Então desta vez fomos conhecer o Chateau de Chillon, na parte francesa da Suiça, na beira do Lac Leman que nunca nos decepciona e que sonho foi essa visita. O castelo fica a 3km da cidade de Montreux e é um cartão postal da Suiça. Já o tinha visto na capa de vários guias de turismo misturado com fotos de alpes e neve pra caracterizar a Suiça, mas nunca tinha tido a chance de ir lá ve-lo de perto. Ah, e ele também está em fotos padrões de papel de parede de computador, viu. Minha mãe mesmo quando viu a foto antes de ir na internet, disse "ei, essa foto estava na minha área de trabalho!!"
Realmente. A Suiça pode não ter um ponto turístico imperdível essencial na vida de um viajante como existe nas principais capitais do mundo, sem querer desmerecer o Zytglogge em Berna e os alpes, mas olha, paisagens sensacionais voce encontra por aqui.
A Suiça não é conhecida mundo afora pela sua história, lutas, conflitos e monumentos, mas não há história que se despreze. Então o castelo além de muito bem conservado é um dos mais célebres no país, construído no século 18 para substituir o anterior que foi destruído no mesmo local. O anterior data do século 11, mas foi ampliado várias vezes e posteriormente restaurado. Dá pra perceber olhando bem que ele é todo meio que remendado de torres e blocos, que hoje são uma coisa só.
O castelo pertenceu aos bispos de Sion, e depois do ano 1150 a família Savoy, família nobre vinda da Itália que tomou conta de várias regiões por aqui e pela França. Em 1536 o castelo foi pra mão dos bernenses (sim, de Berna) e passou a ser o centro administrativo da cidade suiça-francesa de Vevey e a residência do governador. O castelo não mais era visto como um lugar estratégico militariamente falando e por volta de 1730 era apenas um lugar para armazenar coisas.

Mas Chillon ficou mesmo popular foi com os poemas de Lord Byron ("O Prisioneiro de Chillon", de 1816). Reza a lenda que o sótão do castelo já serviu de prisão  tendo como prisioneiro mais célebre entre 1530 a 1536 François Bonivard, rebelde patriota suiço da família Savoy que se opôs nas intenções do duque de Savoy Chales III de conquistar Genebra por essa época. 


Virou propriedade nacional após a batalha de Vaud em 1803 mas continuava servindo apenas para guardar armas e munição. Com o movimento romancista, no entanto, e mais especificamente "La Nouvelle Héloïse" de Jean-Jacques Rousseau, publicado em 1761, chamou atenções por citar e descrever o local em um de seus episódios relatando a prisão de Bonivard.

A bela e pitoresca combinação da sua imagem medieval, suas torres e a água cristalina do lago Genebra com os alpes de fundo convenceu os amantes do Romantismo que os muros antigos de Chillon mereciam atenção. Artistas, pintores, escritores, escultores e entusiastas passaram a ir até Chillon ver de perto essa paisagem que parece só faltar mesmo a moldura pra virar um quadro sem falhas.
A gente teve sorte que no dia que fomos fazia um tempo liiindo de morrer. Apesar do frio, estava sol e o céu claro azul azul. Querendo ou não o sol aqui ainda esquenta um pouquinho, então era mais agradável ficar do lado de fora só aproveitando o tempo, o sol, curtindo a paisagem e a beleza do castelo do que dentro dele. Sem querer desmerecer seu interior, claro. O tour pelo interior do castelo custa 12 francos para adultos (cerca de 24 reais) e é bem interessante. Veja aqui detalhes de preços para grupos, crianças, família, etc.

Há um museu com antiguidades, ferramentas, lanças e armas da época, é possível visitar o sótão onde era a prisão, os quartos, a cozinha e ter um pouco a ideia de como era a atmosfera ali dentro quando o mundo era antigo. Mesmo sem conhecer muito da história suiça, vale a pena e é uma oportunidade perfeita pra aprender. Eu confesso que negligencio as vezes um pouco a história daqui. Talvez porque eu more aqui? Talvez porque aqui do lado tem histórias como a francesa e a alemã que mudaram o mundo? Sei lá. Sei que adorei, foi uma das poucas vezes que realmente me aprofundei nas raízes daqui. Aos poucos vivendo aqui eu vou aprendendo.

A Suiça definitivamente não é só chocolate, queijo e alpes.
A paisagem em volta é muito linda. Se é que ainda não deu pra perceber pelas fotos, parece que voce está vendo tudo em HD ao vivo. De qualquer jeito que voce posiciona a camera parece que voce está tirando a melhor foto. Acho que não tem como sair uma foto feia daí. Se o tempo tiver bom como nesse dia que fomos, pode clicar como se não houvesse amanhã. Os resultados são dignos de papel de parede de computador mesmo, sem photoshop.
Para chegar ao Chateau, a maneira mais fácil é ir de trem até a estação "Veytaux-Chillon", descer as escadas e pronto. Já dá pra avistar o castelo. É só andar uns 5 a 10 minutos, depende de quantas vezes voce parar pra apreciar de todos os ângulos até chegar perto. Pelo site do SBB, é possível procurar conexões de trem de qualquer lugar da Suiça para chegar até Veytaux-Chillon, e fique atento aos horários da volta. Essa estação é pequena, só tem 2 plataformas e os trens não são frequentes. Há também a possibilidade de ir de ônibus e as informações mais detalhadas podem ser obtidas no próprio site do castelo, assim como como chegar de carro ou a pé.
De qualquer jeito, vale a pena, não acha?

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