De volta no ar!

Por onde começar.... depois de 2 meses com blog desligado, estou de volta. E de volta, mais uma vez. Tenho tanta coisa que queria escrever aqui que não sei nem por onde começar. Não quero ficar escrevendo me desculpando pela ausência, porque ne, cada um com seus problemas e esse espaço não é pra dar satisfações. Nem muito menos vir com esse bla bla bla superficial de "falta-de-tempo-por-causa-da-maternidade" que é bem clichê.... apesar de ser bem verdade... kkkkkkk! O que importa é que me dei conta que esse blog é importante demais pra mim, pra eu deixar assim de lado. Por isso, resolvi investir na repaginada e fazer valer um design que eu já tinha na cabeça há muito tempo.

Mas eu continuo aqui. Me dividindo em mãe, profissional e dona de casa, que é um trabalho que eu nunca achei que fosse capaz de dar conta. Por incrível que pareça, aos trancos e barrancos, estou conseguindo. E sabe, lembrei de uma época na minha vida, há um pouco mais de 10 anos atrás quando comecei a morar sozinha em Recife, quando eu trabalhava durante o dia no meu estágio no Bompreço, fazia faculdade a noite, fazia aula de piano e de alemão aos sábados, e não sei como arrumava energia pra sair pras noitadas aos sábados e estudar pra faculdade só no domingo. Ok que meu apartamento era minúsculo e eu tinha uma faxineira que ia 1x por semana ainda, olha, que luxo. Apesar de eu não ter que me preocupar com a casa, com a roupa nem com a comida, lembro que foi uma época na minha vida de muita correria.




























E agora, é o mesmo. Não a mesma correria, mas de não saber como dou conta. Me lembro de alguns comentários que ouvia naquela época e que se aplicam a hoje também: quanto mais coisa a gente faz, mais coisa a gente faz, e quanto menos coisa a gente faz, menos coisa a gente faz. Pode parecer idiota lendo assim, mas não é. Quando voce tem que fazer um trilhão de coisas, voce é obrigada a otimizar seu tempo, priorizar as coisas, organizar tudo de acordo com o tempo, e no final, tudo dá certo se voce tiver planejado direito. Já quando voce ta em casa fazendo nada, sem atividades extras, parece que voce nao tem tempo pra nada, porque ficar no sofá assistindo a todos os programas ocupa todo seu tempo e voce nem nota.
Agora que minhas costas tão começando a incomodar porque Edi já passa dos 9kg, e agora que eu to começando a rever algumas prioridades, é que to começando a terceirizar alguns serviços, digamos assim, hehehehe. Olho pra trás e penso que só devia estar mesmo louca de achar que tudo bem trabalhar de segunda a quinta, levar e buscar Edi na krippe, cuidar dele em casa, mesmo que com a ajuda do Eric, manter a casa limpa, roupa lavada, passada, pia vazia, comida e papinhas de Edi prontas e ainda cuidar de Juca... não que eu seja perfeccionista, mas se eu me propor a limpar a casa por exemplo, pode crer que mesmo com pouca experiência, não me dou por satisfeita se não tiver bem feito.

Agora entendo quando eu ouvia as pessoas dizerem que ser mãe era um trabalho a parte. E sem salário, férias, e o pior, sem o devido reconhecimento! E apesar de tão mas tão clichê, como é difícil falar disso, achar as palavras certas. Às vezes comparo com um mundo paralelo, duas vidas. A minha vida no escritório é tão mas tão distante da vida que levo em casa que me pergunto como consigo me desligar de um e de outro e dar conta dos dois. E não to exagerando quando digo que são 2 mundos não. As conversas que tenho no trabalho com pessoas que não tem filhos e fora do trabalho com amigas que têm filhos são completamente diferentes. Me pergunto se tenho dupla personalidade hahahaha!




























No trabalho, me vejo almoçando com meus colegas falando de música, shows e assuntos aleatórios, e depois me vejo num passeio com uma amiga também com filho e nossos carrinhos de bebe conversando sobre tipos de cocôs! Hahahahahahaha! Sério... mas em contrapartida, não sei também explicar como é possível ser apenas uma. Não me vejo sendo APENAS mãe, conversando sobre papinhas e produtinhos de bebes o tempo inteiro, mas ao mesmo tempo, também não me vejo mais apenas a Liana trabalhadora. Viagens, independência, planos de última hora e falta de compromisso também não sei mais o que é. Pelo menos por enquanto, eu e Edi somos quase uma pessoa só, ele depende demais de mim pra eu me dar ao luxo de ser um pouco reckless.. e quer saber, eu tambem dependo dele, então the hell with it, vou curtir mesmo essa fase, dar tudo de mim, e depois o resto volta, se tiver que voltar. Nunca tive tão feliz e tão exausta na vida.

Eric sempre diz que eu tenho que aproveitar o tempo livre quando ele está com Edi pra eu fazer coisas que não posso fazer quando estou com Edi... Aí eu páro e penso. Ora, o que? A vida que eu tinha antes é tão distante que... algumas coisas não fazem nem sentido mais. Definitivamente minha vida se dividiu entre antes de Edi e depois de Edi. Ainda vai demorar um pouquinho pra eu deixa-lo com alguém seja-quem-for! e ir ao cinema tranquila, ou não me preocupar se ele acorda a noite e o Eric cuida dele, ao invés de mim. Sei lá, é um senso de responsabilidade muito grande. Embora o deixe tranquilamente na creche quando vou trabalhar e consigo me desligar... acho que porque ele se sente bem lá e eu aprendi a confiar. Depois conto aqui como foi essa história da creche. No começo não foi fácil, mas agora é a 2a casa dele. E posso dizer com alegria: ainda bem!




























É complicado encontrar o equilíbrio ideal entre não deixar de ser eu mesma e ser a melhor mãe que posso ser. Não seria esse, aliás, o dilema de todas as mães? Enquanto me realizo no trabalho, dando conta de continuar sustentando a casa, ganhando meu dinheiro e me mantendo na ativa, uma parte de mim também se realiza criando e educando um ser. Chega até a ser injusto descrever tudo que faço como mãe como "criando e educando". Mas oh well.

Vou procurar melhor as palavras pra escrever só sobre isso. Isso aqui foi só pra quebrar o gelo e voltar com o blog. Tá tão fofo com esse novo design que até me motiva mais a escrever. Ainda mais agora com esse inverno chegando que a gente fica mais em casa, vamos ver se eu encontro mais tempo. É bom estar de volta.

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