Colmar

A região de Alsácia no nordeste da França faz fronteira com a Alemanha e a Suíça. A capital é Strassburg, que aliás já fui há anos atrás com o Eric inclusive, e não escrevi nem um post aqui no blog! Colmar é a terceira maior cidade da região de Alsácia e fica a 2 horas de trem de Zurique.
Não é sensacional morar na Europa e poder em um dia fazer um passeio bate e volta até outro país e conhecer uma cidadezinha como Colmar? Foi nesse espírito que meu dia de folga na sexta-feira se tornou um dia de aventuras com uma amiga e sua bebe apenas um mês e meio mais nova que Edi, quando fomos passar o dia na França.
Eu já passei por muita cidade nesse mundão, e na Alemanha mesmo onde vivi em 2004, vi bastante dessas casinhas de madeira que parece cenário de filme, mas Colmar me surpreendeu e muito! Além de ter sim essas casinhas que parecem de chocolate, Colmar literalmente parece ter saído de um livro de conto de fadas, ou ser de fato cidade cinematográfica.
É tudo tão bonitinho, harmonioso, tranquilo e fofo que dá vontade de tirar foto de todos os ângulos que voce bate os olhos. É França, mas parece um pouco Alemanha, mas todo mundo fala Francês, mas um pouco de Alemão. O humor das pessoas é típico de cidadezinha de interior, simpáticos e pacientes, mas ao mesmo tempo, direto ao ponto e ainda assim amigáveis.
Colmar foi fundada no século 9 e passou pela mão de vários imperadores até o século 16, quando caiu na mão do exército sueco, que a dominou por dois anos. A cidade foi conquistada de volta pelos franceses sob o comando de Luís 14, mas incorporada à Alemanha, a então chamada província "Alsace-Lorraine" em 1871. Foi a última cidade francesa a ser liberada da ocupação alemã, em 1945, depois de muita resistência.

Nossa ida a Colmar começou cedo. De Zurique ou de Berna, o trem vai 1 hora até Basel, onde trocamos pelo trem já da companhia francesa, e mais 1 hora de viagem até Colmar. Apesar de a previsão dizer que ia estar nublado e talvez chovesse, tava sol, mas muito frio.
Começamos então a andança com os dois pimpolhinhos bem agasalhados saindo da estação e indo em direção a cidade antiga, pra conferir mesmo a fama de "Petite Venise", ou a pequena Veneza. Esse apelido é por causa dos vários canais do rio Lauch que cortam a cidade. Passamos pelo grande parque Champ de Mars que ainda estava com decoração de Natal e árvores pintadas de branco, e aí chegamos a cidade antiga.
Que sonho! As construções seculares e homogênea de Colmar refletem mesmo séculos de arquitetura francesa e alemã. Mas o mais impressionante é como ali os dois estilos batem tão perfeitamente e caracterizam tão bem a cultura local.
Eu estou muito satisfeita morando em Zurique, e acho que vai demorar um pouco até eu morar novamente numa cidade pequena, mas eu moraria em Colmar. Com menos de 70 mil habitantes, o turismo é uma grande fatia da economia da região. Olha, acho que Colmar é a cidade mais pitoresca que já visitei. Passar uma noite ali e acordar no meio de casinhas que parecem de brinquedo deve ser mesmo um pouco surreal.
Andar por Colmar é super agradável. Rodamos o dia inteiro, passamos por igrejas, praças, becos e ruas minúsculas, cafes e restaurantes, e não consigo pensar em nada que não tenha me agradado. Ok, um restaurante que entramos e não tinha espaço pra dois carrinhos, but oh well. Até as crianças se comportaram mega cool (como dizem os suiços) e não deram trabalho nenhum. Comeram na hora que paramos pra almoçar, tomaram leite numa paradinha num banco da praça, dormiram que só, olhe, estão de parabéns esses dois.
A volta foi um pouco aventura demais, pois quando chegamos na estação pra pegar o trem de volta até Basel, o trem que era pra ter passado há 2 horas, ainda não tinha chegado. Bateu aquele desespero, não por mim, mas pelas crianças, de não saber o que ia acontecer e como seria nós duas com esses dois sem conseguir voltar pra Suiça?!
Uma coisa é aventura só a gente adulta e tal, levar tudo na esportiva e dar risada dos perrengues, outra coisa é estar com um bebe contigo e começar a pensar se há leite suficiente, roupa, fralda, caso tivéssemos que dormir por lá. Mas calma, não foi pra tanto. É que, ne, a mente modo "mãe" já começa a se ativar sozinha nessas horas. O trem chegou, estava lotado ok, mas entramos na 1a classe que não estava tão lotada assim, só que ao invés de parar em Basel e eu poder trocar de trem e ir pra Zurique, esse trem parou em Mulhouse, ainda na França, e todos os trens para Basel estavam atrasados sem previsão de chegada... oh, ceus.... A gente acostumada ao sistema suiço que é super pontual e não há situações como essas, chega perde as estribeiras.

Por sorte dos céus, apareceu no visorzinho um trem Mulhouse-Zurique direto, sem atrasos, e aí todos os meus problemas acabaram. Viemos até Zurique tranquilas e apesar de o dia ter sido longo e movimentadíssimo, valeu a pena demais e Edi também adorou, porque dormiu feito um anjo.

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