Não é conta de mentiroso. Tenho 7 posts no rascunho só divagando, refletindo coisas pessoais, sem postar. Esse eu to começando a escrever agora. Vamos ver se publico. Um deles tinha uma parte que dizia assim:
Edi me fez enxergar laços de família, laços e bonding entre mae e filho que até entao eu nao conhecia. Conexoes e olhares e sensaçoes "estrangeiras". Tudo novo. Foi tipo assim: apaga tudo aí até agora e começa de novo. Sabe? Uma faca aí raspando as bordas do meu coraçao pra construir novos laços, novas cores, novos sabores.
Por Edi, eu me vi na cozinha por 2 dias seguidos cortando frutas e verduras e cozinhando e passando no liquidificador (que eu odeeio lavar), e lavei nao sei quantas vezes pra fazer a próxima papinha. Coisa que nao faço nem pra mim mesma. Por ele, me vi passando aspirador na casa 2 vezes por semana porque nao quero que os pelos de Juca impregnados o façam espirrar. Embora quando era só eu, eu nao tava nem aí pra isso! Minha gente, por ele, eu me vejo dormindo uma média de 5 horas por noite porque ele agora acorda pra mamar e com dor de dente nascendo na noite. Mesmo quando Eric tá com a gente e fica com ele a noite, eu sempre acordo com o mínimo de remelexo no berço. Posso até ir dormir de novo depois, mas aí nao é a mesma coisa, o sono já foi interrompido e até entao, nunca tive o sono tao leve e sensível. Olheiras queridas, um beijo pra voces.
Sei nem sobre o que era esse post, não tinha título, foi há
6 7 meses atrás. Bem, acho que mesmo sem muitos posts pessoais ultimamente, já deu pra perceber que a vida por aqui deu uma mudada e continua mudando muito. Edi está deixando de ser bebezinho, e agora é um
toddler. Parece video game que cada nova fase é mais difícil que a outra, sabe como é? Acaba uma coisa voce comemora que não vai ter mais aquela coisa, aí começa outra. Deixa de fazer umas coisas mas começa a fazer outras. Edi só tem 1 ano (e 2 meses) e já to começando a notar que ele faz manha, joga as coisas no chão quando eu digo NÃO, mas sorri imediatamente quando eu rio, me abraça por vontade própria assim do nada, e faz todos os momentos difíceis valer a pena.

Não tem como. É a principal razão da minha vida no momento. Não tem trabalho, não tem amigos, não tem Eric, é o Edi em primeiro lugar e o resto lá bem depois. Meu dia é programado de acordo com o dia dele. Fico muito muito muuuito feliz de poder ver agora que tudo que eu tentei fazer deu certo (ou quase tudo), depois de meses de exercício. É só aparecer algo diferente pra eu sair um pouco do cenário que estou e poder ver de longe que oh, daquele jeito que eu tava fazendo dá mesmo certo. Seja o jeito de segura-lo, o jeito de dar a mamadeira, o jeito de preparar a comida, o jeito de coloca-lo para dormir. É muito gratificante ver que o jeito que eu faço funciona mais do que qualquer outro, que o jeito que eu faço é o que ele mais gosta e está acostumado, enfim, essas coisas.
No mais a vida por agora tá andando devagar. A começar que já desisti e aceitei que o relacionamento com o Eric não
tá rolando rola. Por varias vezes que ele está presente, atrapalha mais que ajuda, e eu sou muito
dura prática, então não tá dando certo, tchau, eu mesma faço. E claro, isso tem impactos na nossa vida e na vida do Edi, mas oh well. Meu nível de tolerância baixou muuuuuuuuito depois da gravidez, quando passei por tanta coisa difícil... problema nos rins, distância da família, trabalho, stress, parto, aff... se eu já era carpe diem antes da gravidez, imagine agora.... então o que não tá me fazendo bem, aprendi que é melhor deixar. Pelo menos por enquanto, ne, sabe-se Deus.
Anyways... falando em coisas que mudaram depois da gravidez, minha nossa, preciso escrever um post só sobre efeitos colaterais da gravidez... ou um livro... porque olha. Agora que to mais segura da minha rotina, e já passou a festinha do Edi cujo planejamento estava tomando muito do meu tempo livre, estou tendo mais tempo pra mim. Estou me dedicando mais a cuidados com a pele e cabelo, criei vergonha e começei uma dieta dureza, já perdi 3kg! Agora que o tempo tá esquentando é mais fácil manter uma dieta a base de salada hehehe. Rituais de beleza e cuidados estão já fazendo parte do meu dia a dia. E como é gostoso cuidar mais da gente também.
Depois, meu trabalho vai bem mais ou menos. Embora eu tenha saído da
fast track depois que voltei de licença maternidade, já não encaro mais meu trabalho como antes. Prezo muito pela minha carreira e dedicação que sempre tive, claro, mas não é mais a prioridade número 1. A ficha demorou a cair de como a mulher é tratada no trabalho depois que se tem filho. É cada coisa que a gente ouve... daria um post completo. Em algumas situações, achava que era coisa da minha cabeça, do dia, da pessoa, mas não, depois eu fiquei pensando e é fato mesmo. Meu ex chefe chegou a dizer na minha cara que eu tinha um problema porque tinha que sair às 17:30 para buscar meu filho na creche. Não dá, ne. Então com o monte de coisa acontecendo em paralelo, voce termina entendendo na marra como é a realidade da sociedade. Isso porque estamos na Suíça hein, mas tudo bem.
Por tudo isso as coisas tomaram um rumo que eu já esperava. Agora que meu último projeto acabou, eu me recusei a trabalhar com esse ex chefe casca grossa que aliás era num projeto que eu já tinha trabalhado, então boooring, então me ofereceram uma posição em Köln, na Alemanha, ou um projeto que eu teria que viajar 2x por semana para Genebra e Munique. E como obviamente viajar a trabalho agora pra mim é
um desafio impossível e eu não tenho interesse de me mudar para a Alemanha, não tinha outra opção senão renunciar. Estou só esperando a confirmação de tudo para consolidar mais essa "fase concluída".
Hoje me pergunto se isso já estava previsto, tipo depois que eu voltei de licença, ou se é o rumo natural das coisas mesmo. Porque eu participei de projetos pequenos aqui e ali, e não tinha mais um time como antes. Sempre fui do tipo que sempre queria mais, agora pela primeira vez estou satisfeita com o feijão com arroz, nem estou desesperada com mais essa mudança. Devo estar mesmo mais madura. Talvez seja o início de uma nova fase... Andei sim já dando uma olhada em vagas no mercado, mas com pouco entusiasmo, só pra desencargo de consciência que estou onde deveria estar mesmo e que o que tiver de acontecer vai acontecer.

Emprego novo demanda tanta mas tanta energia pra se preparar pra uma entrevista e começar uma nova função, conhecer gente nova, nossa, não estou mesmo nesse clima agora. Tava com uma entrevista marcada e pouca empolgação. Não trabalhar às sextas-feiras e não participar mais dos happy hours depois do expediente foi uma opção minha. De novo, happy hour sabendo que poderia estar com meu filho não rola. Uma vez ou outra ok, mas já tava meio sem clima com esse ex chefe também então mixou total.
Como disse antes, minha dedicação e meu interesse no momento é em maioria por coisas do Edi mesmo. Não tenho a mesma energia pro trabalho nem pra relacionamentos. Porem tenho a sensação que isso é temporário, não sei explicar. Graças a Deus as amizades aqui me ajudam a manter ainda algum contato mais elaborado com as pessoas, senão eu ia estar isolada aqui com Edi, já que família por perto é luxo. Aqui minha familia são meus amigos.
Tem gente que pergunta se eu penso em voltar pro Brasil. Ora, no Brasil eu teria outras preocupações. Minha vida continua sendo aqui. Saí do Brasil por n motivos e eles continuam lá. Mesmo não descartando a possibilidade de voltar um dia, não acredito que seja agora. Então mesmo minha situação mudando aqui, vamos ver o que vem pela frente.
Mas voltando ao assunto, será que a maternidade muda tanto as pessoas quanto mudou a mim. Tenho muitos planos pra mim e pro Edi. Sinto falta de pouca coisa da minha vida de antes, então poder estar vivendo minha vidinha agora com o Edi acho que só veio a me acrescentar. Continuar independente, dando conta do trabalho, de casa, da vida toda, olha, não é pouca coisa. Mas preenche minha vida, me motiva e me dá razões para viver. Aliás, andei tão inspirada nesses últimos dias que fiz uma edição de vídeos do 1o ano Edi e deu nisso aqui:
A edição da música que ficou aumentando e baixando por vontade própria, mas tudo bem.
O que seria da nossa vida sem desafios, sem objetivos, sem um sentido? A morte do meu avô me faz pensar tanto de novo no sentido das coisas. Me faz pensar o que é mesmo que vale a pena nessa vida, ir atrás do que me faz feliz, do que é pro meu bem, do que eu gosto.
É aquela coisa. Chega um ponto na vida que voce desencana de algumas coisas e é isso mesmo. Aceita alguns "defeitos", algumas coisas que voce sabe que são suas e não vai mudar muito mais do que isso, enquanto enxerga outras que ainda acha que pode correr atrás, e tudo junto forma quem você é. Aceita a passagem de pessoas na sua vida e outras faz questão de não as deixar passar.
Nossa to até meio filosófica hoje. É bom de vez em quando pra quebrar um pouco essa seriedade e impressão que constância da vida, porque a minha mesmo, desde que eu me entendo de gente é uma montanha russa das grandes, cheias de altos e baixos, surpresas e desafios, que acho que me fazem ser quem eu sou e tudo me fez chegar até aqui.
O futuro a Deus pertence, então vamos continuar firme e forte porque, como já falei
num dos posts mais lidos deste blog, enquanto a gente faz planos aqui em baixo, Ele ri.