Tudo de novo outra vez, só que diferente

Mudança. Tem coisa mais estressante? Calma. Esse não é um post reclamão, mas preciso registrar os acontecimentos dos últimos tempos pra depois poder vir aqui e ler pra justificar o meu envelhecimento precoce. Com certeza to ganhando uns 10 anos com essa mudança. Meu Deus do céu. É a 6a mudança que faço "sozinha", tipo eu no comando e não meus pais, e nossa, achei que ia ser mamão com açúcar, simples, fácil porque já fiz trocentas outras vezes, esqueci que agora a mudança não sou mais só eu. Nunca na história desse país eu ia me dar conta que 1 ano e meio de existência de uma pessoinha vivendo comigo ia alterar acrescentar tanto, isto é, mais tantas caixas e móveis na mudança pra carregar.

Quando acertei com uma companhia de mudança pra fazer o transporte das coisas de Zurique pra Berna eu disse toda safa "... é pouca coisa!". Acho que pelo fato de dividir o quarto com Edi, dava sempre a impressão que não tinha aumentando muito o tanto de coisa assim. Ainda tava me lembrando que tinha comprado um armário, sim, porque até antes de ir pra Zurique só tinha uma cômoda pra por minhas roupas porque no apartamento em Berna antes tinha armário embutido. Aí comprei um armário, ok. Enorme, que cabe muito mais coisa. O que eu fiz? Comprei aparentemente muito mais coisa pra entupir o armário que tava lá disponível cheio de espaço. Hahahaha.

Foram quase 60 caixas de papelão com tralhas minhas, de Edi, da cozinha, da sala, livros, isso porque eu joguei uma tuia de coisa fora que tava no keller e eu não queria mais! Aliás, ainda bem que me mudo viu porque termino guardando uma coisinha aqui e outra acolá e esqueço, só vejo quando to arrumando as coisas pra me mudar e percebo que nunca usei nem precisei nos últimos dois anos. Destino: lixo.

Era tanta coisa pra arrumar, quanto mais eu arrumava, mais parecia que tinha pra arrumar. O Eric
desmontou o sofá, a cama, o armário o tal que levou só 3 horas pra desmontar hahahaha! Que trabalhera. E depois montar tudo de novo no apartamento novo. Graças a Deus pude contar com a ajuda de amigos também na arrumação porque olha, vai fazer 1 semana que me mudei e não tá fácil ainda não.

Só começo a trabalhar no emprego novo em Novembro. Deixei esse mês livre exatamente pra ter tempo de me estressar a vontade e (espero) de me recuperar ainda antes de começar a trabalhar, fazer paper work, burocracia de abmelden e anmelden em tudo quanto é lugar, mudar endereço de tudo e resolver outras 300 mil pendências que tem. Dá um cansaço só de ler ne. Mas eu não to reclamando, estou re-la-tan-do, pra depois eu saber de onde vieram essas novas olheiras.

Durmo mal, acordo no meio da noite, tenho pesadelo, fico muito tensa com a responsabilidade de tomar todas as decisões na nova vida, e penso meu Deus, eu não era assim. Sempre consegui resolver as coisas tão smoothly, o que será agora? Edi? Idade? Tudo junto? Eu acho que sim. To me achando uma heroína de ta dando conta de tudo e ainda levar Edi comigo pra cima e pra baixo pra resolver as coisas do dia. Essa é a diferença.
























Se fosse há um tempo atrás eu me mudava num dia e começava a trabalhar no outro. Agora não. Preciso de muito muito plano e organização, tempo, ando com listas pra tudo e tudo tem que se encaixar. Gente, é coisa demais. Duas vidas pra se encaixar e conseguir trigger a nossa nova vida de volta a Berna.

Como é bom estar de volta a Berna. Confesso que sinto saudade já de Zurique, adoro aquela cidade. Mas é bom estar de volta a Berna, onde tudo começou há 5 anos atrás, cidade tão linda que eu gosto tanto. Não posso imaginar como seria (mais) esse recomeço se tivesse chegando numa cidade nova zerada mesmo. Acho que não toparia. Mas Berna, ah, Berna, eu to em casa. Conheço o transporte, as ruas, e o mais importante: gente! Aqui tenho amigos.

A adaptação de Edi na creche nova começa semana que vem e ainda restam muitas muitas pendências a resolver. No meio disso tudo estou aqui recebendo emails do trabalho novo pra mandar esse e aquele documento, respondendo se conheço essa ou aquela ferramenta (em Alemão), e putz, ainda consegui lançar meu livro que me deu tanta satisfação, pelo menos uma coisa não estressante.

Ainda me resta um pedaço de mim que está também ansioso pra começar a trabalhar novamente, depois desse molho que eu fiquei, e num emprego tão bom que eu tanto almejei. Olha, uma amiga escreveu no instagram dela falando sobre meu livro e me descreveu como sendo alguém que não tem limites quando acredita em si. E acho que é isso mesmo. Eu me coloco a carga máxima, força total, desafios gigantescos que nem eu sei direito como vou schaffen es, mas no fim, de alguma forma, dá certo.

Olhe o estress tá grande. Sei que é uma fase e já já passa. Ok virão outras fases, talvez umas ainda mais difíceis que essa (omg!), mas tudo se resolve e lá na frente vou estar tranquila podendo tirar proveito de tudo que estou lutando pra conseguir organizar agora. Se Deus quiser.

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