New day, new life!

Quem me segue no Instagram (@elaeamericana_liana) já deve ter percebido as últimas e repetidas hashtags que vim postando nas últimas semanas: #newday #newlife, e depois daí até outras novas como #debemcomavida e #valeapenacompartilharavida. Tudo porque estou numa vibe muito boa. A ausência por aqui no blog já é óbvia e isso é o reflexo do quão corrida minha vida tem sido desde a mudança de Zurique para Berna.

Já contei aqui sobre mais essa mudança na minha vida, a volta para Berna, a mudança de emprego. E desde então, desde o início de outubro quando me mudei que estou aqui com atraso de sono, resolvendo tudo dessa mudança que parece que ainda não acabou e não acaba nunca, mudança de endereço em tudo quanto é órgão suíço, arrumando tudo em casa e ainda com Edi direto nas 2 primeiras semanas até o meio de outubro quando começou a adaptação na nova creche em Berna, fora a preparação psicológica para começar um novo emprego, que comecei há 3 semanas.

Tinha tudo para ser exaustivo. Não vou mentir, é. Aliás está sendo, mas está tudo progredindo tão bem a cada dia que mesmo morta de cansada tô aqui comemorando mais essa mudança, mais essa vitória, mais um dia. Acho que tudo é uma questão de como você encara a vida e as dificuldades que aparecem a sua frente. De que me adianta ficar reclamando? Se tem que fazer em prol de um objetivo maior, então vamos encarar da melhor forma.

Os últimos dias em Zurique foram de stress gradativo como contei aqui, quanto mais caixa eu arrumava, mais coisa aparecia pra empacotar, nossa, parecia que não ia acabar nunca. Se não fosse a ajuda do Eric no final desmontando os móveis não teria conseguido mesmo. Eram dois homens da empresa de mudança que contratei e o caminhão de mudança ficou abarrotado de coisa. No meu planejamento devo ter esquecido que não era mais só eu e agora tenho um berço, mais umas malas de roupas, vários pacotes de fraldas....

No dia da mudança ainda tava a Magali lá novamente dando uma força e ficando com Edi lá enquanto tudo se movimentava. Fomos de carro de Zurique pra Berna enquanto a mudança ia no caminhão. Mas foi só eu chegar em Berna, abrir o apartamento e a mudança começar a ser descarregada que já tinha que voltar pra Zurique pra fazer a entrega do apartamento que ficou sendo limpo por uma equipe lá enquanto vínhamos pra Berna. Tudo assim milimetrado, no último segundo. Sufoco total. Tudo isso pra depois voltar pra Berna já de noitão e encontrar o apartamento novo totalmente carregado de caixas e móveis desmontados. Uma loucura.

Depois daí, era só eu e Edi. O Eric aprontou mais algumas porque ne gente, stress pouco é bobagem. Então eu que já cansei de dar chances ao rapaz, agora fiz questão da ausência dele, porque não tem ser humano que aguente essa palhaçada gente. Justo no momento que eu mais precisava. Mas tudo bem. É sempre assim. Ainda bem que existem amigos que são praticamente família quando se está só, então aqui pude contar com a ajuda e a presença deles, seja no trabalho duro montando armário, cama, estante, seja o que for, seja só pra um encontro pra espairecer, que de "só" não tem nada.

Entre uma coisa e outra, de alguma forma encontrava tempo para ir ali olhar ao redor e me dar conta de onde eu estava.......... de volta a Berna, onde tudo começou há 5 anos atrás!!!!!!
Ô cidade liiiiindaaaaaaaaaa!!!!
E não só me deslumbrar com os cartões postais maravilhosos que tem ao vivo e a cores a cada esquina, mas conhecer a vizinhança, que por sinal é bem melhor que lá em Zurique. Aqui tenho floresta, verde, parque, parquinho pro Edi bem aqui do lado, e ne, agora o que importa é isso. Conhecer os vizinhos, descobrir onde é o mercado mais próximo, as paradas do ônibus e ir me familiarizando com a logística do nosso novo universo a cada dia.

Digo com orgulho: tá tudo funcionando. Apartamento arrumado (ok, quase), creche, babá, contas em dia, desregistro nos órgãos de Zurique, registros nos órgãos de Berna, ufa! Além disso comecei *consegui começar* meu novo trabalho no início de novembro e tá tudo sob controle. Digo também com orgulho que até hoje só falei Alemão lá e chego no büro por volta das 8 horas da manhã, coisa que eu até então nunca tinha feito aqui na Suíça, só chegava depois das 9.

Em paralelo, comprei uma mega bicicleta nova pra mim e Edi que merece um post exclusivo e aproveitamos os dias melhorzinhos pra dar uma volta nela ainda lá fora. Sinto um enorme prazer de cozinhar algum prato, alguma coisa, ficar mesmo na cozinha feito dona de casa, coisa que antes eu não achava graça e pior, nem sabia por onde começava mesmo com a receita na minha frente. Mas isso eu contei nesse post aqui e ainda tenho dúvidas se é efeito da maternidade ou curso natural de acordo com a idade mesmo. Enfim. Eu fico é feliz de poder conseguir equilibrar a vida de casa com a vida profissinal. Juca também vai bem, saímos pelo menos 1x por dia pra passear e fazer as necessidades e o apartamento agora é bem maior que em Zurique, então ele tem muito espaço pra se encostar durante o dia.

Aliás, o apê também, nossa! Quem me viu que me vê. Há 10 anos atrás eu morava em Recife num quarto e sala que no meu quarto tinha uma cama de solteiro e quando abria a porta do armário não dava pra fazer mais nada, passava mais ninguém, nem eu  mesma. E hoje poder afford e provide uma vida confortável pra mim e pro meu filho num apê super bacana aqui que consegui alugar por mim mesma, olha, é uma sensação de orgulho e dever cumprido boa muito grande. Graças a Deus. Agradeço demais por ter conseguido esse emprego novo agora, quando eu realmente precisava, e justamente o que eu queria.
Por falar no trabalho, está indo tudo bem, em breve quero escrever um post sobre como é trabalhar com Informática aqui na Suíça, por conta de todos os emails e mensagens que tenho recebido sobre esse assunto. Aliás, perdão aí pela demora em responder se voce me mandou uma mensagem, ultimamente tem sido punk. Minhas olheiras estão mais que nunca precisando dos melhores corretivos do mercado.

Tenho trabalhado até agora ajudando em um projeto que já está em andamento com automação de testes, mas devo entrar num projeto a longo prazo na próxima semana. Meu time é quase todo suíço, com exceção de dois austríacos que moram aqui há vários anos, mas não falam suíço-alemão e uns alemães que sempre tem. Aliás! Parênteses aqui! Lembram que eu não suportava ouvir o berndeutsch, o dialeto aqui de Berna? Pois não é que agora estou até simpatizando com ele? Hahahahaha! É sério. Meu chefão disse que é só uma questão de tempo, que vão continuar falando em suíço alemão nas reuniões e eu vou pegando aos poucos. E ele parece que tá certo.. Comigo falam hochdeutsch, o alemão clássico, mas às vezes eles mesmo esquecem, passam pro suíço alemão e quando vejo to eu lá fazendo careta pra entender. Mas vai entrando, gente, vai entrando, já não soa tão horrível quanto há 5 anos atrás. E o meu sotaque também, percebo o quanto mudou (pra suíço) quando falo com os alemães que também tem por lá. O time é legal, tem vários projetos que parecem legais também, o ambiente é legal, e tenho a sensação que o clima é mais leve do que em Zurique. Pelo menos por enquanto, vamos ver se continua assim. Espero que sim.

Quando chego em casa que pego Edi na creche ainda vou dar janta, banho, brincar, arrumar uma coisa aqui e ali, e quando vejo to botando Edi na cama às 20, 20:30 e aí é que vou tomar banho e respirar um pouco. Não dura muito, umas 22h já to dormindo. Senão não consigo acordar às 6 pra tomar banho, me arrumar, arrumar Edi, tomar café, preparar tudo e sair pra estar as 8 no trabalho. Quando Edi fica em casa com a babá é mais relax pra mim porque chego em casa e já o encontro de banho tomado, casa limpa, tudo no lugar, então tem um balanço legal que me permite mais sanidade mental pra dar conta da jornada dupla.

Olha, não é fácil. Fácil não é mesmo não. Mas é tão gratificante. Me sinto tão mas tão útil dando conta de casa e do trabalho. Ainda mais trabalhando 80%, tendo as sextas-feiras livre, ave maria, vale a pena demais. Conseguir dar continuidade a minha carreira que tanto me dediquei, batalhei, estudei, e ainda ter 3 dias na semana pra equilibrar com a vida pessoal, social, de mãe. Diria que quanto a isso estou no paraíso, se melhorar estraga.

E por isso tudo, o meu bom humor, a minha vibe boa de bem com a vida, o meu sorriso no rosto, a minha alegria de viver e de poder experienciar (existe essa palavra? é erleben em Alemão) essas oportunidades que me aparecem.

Pra fechar com um pouco mais de reflexão, que é o que realmente importa dessa vida... A vida não é fácil. Seja qual for o seu caso, a sua situação. Mas é preciso saber vive-la, saber tirar o que há de melhor, tirar o que não te faz bem. Passar pelas dificuldades da melhor maneira possível, porque elas vão estar lá, são inevitáveis. Se vão haver marcas no final, sem dúvida. Serão as marcas da vitória, da conquista, ou senão das tentativas, que nos tornam mais fortes, mais experientes, mais sábios, mais honestos. Que nos fazem enxergar o que realmente importa. O que é que importa nessa vida. O que importa não são coisas, negócios, materiais. São os sentimentos, as sensações, as conquistas depois de um longo longo caminho, as vitórias depois de uma dura luta. É essa a essência. Não importa se estás na Suíça ou no Pantanal, na Tailândia ou na África, a sua vida é você quem constroi, é você quem determina se vai vive-la de bem, ou não. O que voce permitir. É tudo uma questão de escolha, de eternos e contínuos desafios e exercícios e tentativas de nos tornamos melhores, de atingir nossos objetivos, nossos sonhos mais secretos, nossas necessidades, o que de fato nos faz bem e o que nos realiza.

Por isso, hoje, amanhã... todo dia será um novo dia, uma nova vida. Uma nova oportunidade, uma nova chance. Vamos aproveita-la! 
It's a new dawn, it's a new day, it's a new life for me. And I'm feeling good!

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