Batizado do Edi

Achei que nunca iria escrever esse post! Tantas e tantos impedimentos e dificuldades de realizar esse batizado. Não foi a toa que Edi só "conseguiu" ser batizado aos 2 anos e 3 meses de idade. Por mim ele teria sido batizado beeemmm antes, mas ne, não dependia só de mim. Não que eu seja a mais religiosa das pagãs mas não queria ser a que interrompe tradições. Além do que, pra mim, batismo é como o padre disse na cerimônia: não precisamos esperar a criança crescer pra esperar ela dizer se quer ter um nome, não precisamos esperar a criança crescer pra esperar ela dizer se quer se batizada ou não. Quando ele crescer ele decide o que ele quer da vida, mas por enquanto, eu sou a responsável por ele, então essa é a melhor decisão.
Quando eu digo que eu sou responsável é porque, desde que estava grávida, conversava com o pai de Edi sobre o batismo, porque era importante e sobre quem seriam os padrinhos. E... nossa, foi tanta mas tanta discussão que devo ter ficado meio traumatizada sobre esse assunto. Terminamos não chegando a acordo nenhum e se dependesse dele teria ficado por isso mesmo. Eu então convidei uma grande amiga minha que mora aqui na Suíça e o marido dela para serem os padrinhos de Edi, quando Edi tinha meses de nascido, mas o batismo mesmo em si não tinha ideia de quando seria possível fazer.
Realizar o batismo na Suíça ou no Brasil? Com ou sem o pai de Edi? Eric nunca iria no Brasil "apenas" para a cerimônia de batismo de Edi. Seria muito se ele comparecesse caso fosse feito algo aqui na Suíça mesmo. Então, ou era engolir seco e aceitar que Edi seria batizado só com a minha presença mesmo, ou esquecer de vez sobre esse assunto. Mas vocês me conhecem ne, eu esquecer sobre um assunto assim só porque tá difícil? .... Meio moderno e até contra as regras da igreja católica fazer um batizado só com a presença de um dos pais, não é mesmo? Mas, o que é mais importante? Batizar meu filho assim mesmo ou deixar de batizar porque o pai não estaria presente?
Pensando assim, com o planejamento de datas dos padrinhos de Edi no Brasil, minha mãe deu a ideia da gente ir até lá e finalmente realizar esse batizado. Assim, tipo, faltando dois meses para a possível data. E foi assim mesmo, e deu certo. Acertos de logística, férias no trabalho de última hora aprovadas, Juca, passagens, puft! Organização de uma celebração de batizado em ritmo acelerado.
Organizei convites, minha mãe a mil lá em Natal fechando datas com o padre, igreja, celebração que terminou sendo um café da manhã com um buffet maravilhoso no salão de festas do prédio. Até música ao vivo tinha. E o melhor de tudo, reunir amigos, familiares, como meus primos de Recife, da família do meu pai, que eu não via há 17 anos. Todos ali por um único motivo: o batismo do meu filho!
Ele chorou ao molhar a cabeça com água benta... Fora isso, se comportou bem, parecia até entender o sermão do padre. Eu que fiquei ainda mais emotiva e sensível depois que virei mãe, chorei naspalavras do padre e nas músicas, que eu ainda sabia de cor, desde quando estudava em colégio de freiras lá em Natal. 
O tempo foi curto pra dar atenção e conversar com todos que foram prestigiar meu pequeno, mas como foi bom reencontrar todo mundo. Como foi bom conseguir fazer isso acontecer, passa um filme na minha cabeça, sabe, tantas dificuldades, tantas coisas que passei e passei por cima. Porque você já deve ter ouvido que quando você é mãe, nem tudo é fácil. Mas quando você é mãe e tem que decidir e fazer tudo pelo seu filho sozinha, é menos fácil ainda. 
As mães que se encaixam no meu papel sabem do que estou falando. É lindo conseguir realizar as coisas sozinhas, mas é difícil. É lindo falar do quanto somos fortes e independentes, dos resultados alcançados e das proezas. Difícil é falar dos momentos de dureza, das noites acordadas sem ter ninguém pra dividir os problemas, as decisões a serem tomadas, os olhares tortos e julgamentos, quando é você quem deveria estar sendo vista como heroína de dar conta de absolutamente tudo sozinha. Mas enfim, não há tempo pra mimimi, o esforço é diretamente proporcional ao orgulho no final, e Edi tá crescendo feliz e saudável, e foi batizado, é isso que importa.
Sinto como se fosse uma daquelas coisas once in a lifetime que você dá um "tic" assim, sabe, risca da lista, tipo: "feito!". Nota 10! Com louvor! Principalmente porque ninguém é batizado duas vezes. Fico a pensar que esse é só um primeiro feito, que haverão vários e vários outros, com maiores níveis de dificuldade, com mais carga, com mais peso, a medida que Edi também crescerá. Feliz em dizer que pelo menos esse aí foi realizado com sucesso. 
Que venham os outros feitos, os outros marcos!
Obrigada Deus por receber meu filho em sua comunidade.

Marcadores: , , , , , ,