Istambul na prática

Marhaba!
Antes de tudo, Feliz Ramadan para quem começou ontem! Salam!

Segundo, de uma vez por todas: eu escrevi Istanbul com N porque é assim que se escreve em Inglês e os guias que eu li eram em Inglês. Em Português, é Istambul com M porque M vem sempre antes de P e B. Okie dokie!

Então! IstaMbul - muita coisa pra falar!
Quando eu finalmente resolvi ir a Turquia e comprei minha passagem, eu sabia que seria só um fim de semana e que seria bem apertado. Istanbul é uma cidade grande, os nomes das ruas são complicados, eu não consigo nem pronunciar, então achei que encarar um esquema bater perna com um mapa na mão seria pedir pra ter dor de cabeça. Também porque a previsão do tempo para aquele fim de semana era de muito muito sol e calor. Então fui correr atrás de dicas e infos sobre passeios prontos com os principais pontos pra ver na cidade. Não deu certo, estava quase tudo cheio, os guias mais bem recomendados do TripAdvisor estavam já reservados para outras pessoas, e eu já devia ter imaginado que seria assim, pois como eu disse antes, muitos árabes estavam aproveitando os últimos dias de férias antes do Ramadan e a Turquia era um destino certo para eles.
Aí eu encontrei este site ainda com muita coisa que eu queria ver. Entrei em contato. As revisões no TripAdvisor eram ainda poucas e obscuras, não dava pra se ter uma ideia clara do negócio. Por mais perguntas que eu fiz por email, estava tão ocupada no trabalho, que negligenciei um pouco e meio que confiei de olhos fechados. Só quando eu estava no avião na sexta-feira a noite que comecei a pensar que esses passeios não estavam bem planejados coisa nenhuma, eu nem tinha pago nada ainda!
Mas eu tava tão cansada que adormeci no vôo e só acordei quando estava aterrisando. Cheguei, fui pro hotel, dormi umas 4 horas, acordei, tomei banho, me arrumei, tomei café em 10 minutos e fui pra recepção às 9h esperar a guia, conforme combinado por email.
A guia se chamava Liz e chegou pontualmente ao hotel que eu estava. Toda minha preocupação foi pro espaço quando ela disse que tinha havido um erro e eu teria o tour privado, pois a outra pessoa que iria comigo não iria mais! Tour privado por 70 euros?! Nunca na história desse planeta! Adorei, claro! No início fiquei meio apreensiva porque não sabia se a Liz seria uma guia gente boa ou chata que eu ficaria contando as horas pro tour acabar por estar sozinha com ela, mas ela era muito gente boa e foi muito bom tê-la comigo o tempo inteiro.
Ela é turca e faz tours assim há mais de 5 anos, conhece muito da história e é super ligada nessas coisas de troca de cultura, conversamos bastante. Ela estava para receber uma brasileira na casa dela através do Couch Surfing e falou tanto nesse esquema que eu até to pensando em experimentar também, afinal toda viajante guerreira e experiente já passou por algum tipo de Couch Surfing né.
Ela passou um tempo na Guatemala estudando Espanhol e estava muito interessada em aprender alguma coisa de Português porque a brasileira que ia chegar no sofá dela não sabia falar Inglês e sabia pouco Espanhol. Me contou de um cara do Chile que foi surfar no sofá da casa dela e estava super empolgada com essa novidade. Eu achei ótimo ter a Liz como companhia no meu primeiro dia de Istanbul, porque ela conhecia a cidade na palma da mão, me explicou esquemas de tram, me apresentou ao sorvete turco feito de leite gelado, me explicou o esquema dos bazares e mercados, me levou nas ruas com coisas interessantes pra ver, e várias coisinhas que se eu estivesse com um grupo eu provavelmente iria deixar passar.
Taksim
Ela também estava contente de ter aparecido esse tour pra ela fazer no sábado porque ela tinha tido uma decepção amorosa no dia anterior e disse que se fosse ficar em casa ia ficar triste e chorando em pleno sábado, e agora ela tava lá comigo batendo perna por Istanbul, distraindo a cabeça e trocando ideia, foi super legal!

Meu presente de aniversário foi melhor que a encomenda! Ela me mostrava por onde andar, o que não fazer, como ignorar os turcos que puxavam papo sem ser chata, o esquema de barganhar nos bazares.. Ah, conto mais sobre os bazares no próximo post. Prometo.

Eu gosto de viajar só, porque sou fã do lema 'melhor só do que mal acompanhado'. Po, afinal nada mais chato que uma pessoa do seu lado turistando com voce que não tem nada a ver com voce, que reclama ou que não tá afim de fazer os mesmos passeios que voce, dificilmente voces concordam alguma coisa e voce termina deixando de ver e fazer coisas que gostaria por causa dela. Ah assim, é muito melhor viajar só, que voce vai no seu ritmo, faz o que bem quiser e termina conhecendo gente legal por esse mundão afora. Eu já aprendi essa lição e não esqueço mais. Mas quando aparece uma pessoa pra turistar com voce que também é interessada nas mesmas coisas que voce e voces turistam muito bem juntas, quem sou eu pra dizer não ne.
Spice Bazaar
A Liz foi tão simpática e tão atenciosa, e as conversas fluíram tão naturalmente que se não fosse meu cansaço e distância pra encarar, eu até teria ido a Taksim e conhecido a turma dela a noite, conforme combinado ao final do tour. Mas foi melhor mesmo ter ficado no hotel pra estar bem saudável pro segundo dia de Istanbul. Aliás, por pouco também não encontro a Cris por lá. Depois de muitas sms e emails, a distância e o cansaço também foram pontos decisivos pra eu "desmaiar" no quarto do hotel. O segundo dia logo raiou com o maior sol do mundo e novamente estava eu lá na recepção a espera do meu novo guia, torcendo pra que fosse tão legal quanto a Liz do dia anterior.
O guia se chamava Furkan dessa vez. E eu não estava sozinha no grupo. Havia mais 2 canadenses de origem turca, e apesar de o Furkan ser super gente boa também e super receptivo, eu ficava boiando quando os três ficavam falando turco. Mas tudo bem, não foi ruim não, aproveitava pra virar de lado e interagir comigo mesma, tirar fotos dos arredores, de mim mesma e apreciar na minha o que eu via ao meu redor. Ambos Liz e Furkan gostavam muito de tirar fotos, embora o Furkan ainda precise ter umas aulas de enquadramento, então eles sempre se ofereciam pra tirar foto, e quem sou eu pra dizer não, ne.
Foram 2 dias de aulas de história intensas ao ar livre. Melhor impossível. O que eu aprendi ali escola nenhuma ensina. Aprendi que a Turquia é o único país do mundo que é dividido em dois continentes - Europa e Ásia, como falei no post anterior. Não faz parte da União Européia, mas brasileiros não precisam de visto para entrar lá até então. Não tive problema com meu carimbo de saída de Israel no meu passaporte, não me fizeram uma pergunta na Polícia Federal quando cheguei, tudo muito tranquilo. A moeda é a Lira Turca e lá é uma hora a mais que a Suíça, ou seja, 6 horas a mais que no Brasil (GMT +2). É um país muçulmano, mas é muito menos rígido que países árabes. As mulheres turcas normalmente não usam burcas e mulher na rua em geral não é muito assediada como no Egito, por exemplo. A Turquia tem uma culinária muito especial, onde arroz e trigo são a base para muitos pratos, e a carne mais usada é a carne de carneio, ta aí o Kebap pra provar: é o prato turco mais popular mundo afora.
Aprendi bastante nesses 2 dias ao lado dos guias turcos. Sem dúvida eles me ajudaram ainda mais a mergulhar de cabeça mesmo no viver da viagem e no aprendizado dos hábitos e costumes do lugar que eu estava visitando. Istanbul é uma cidade mágica, é preciso absorver a sua cultura. O tempo de viagem foi muito curto mas eu não tenho dúvidas que aproveitei o máximo que pude.

Próximo post falo dos palácios, museus e bazares - lugares imperdíveis em Istanbul! Mesmo pra quem tem pouco tempo, assim como eu.

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