Bygdøy e os fjordes urbanizados de Oslo

Do dicionário: Fiorde é uma grande entrada do mar em volta de montanhas rochosas. Assim como existem elementos geológicos como alpes, montanhas, praias e serras, existem os fiordes (ou fjordes), que são típicos na Escandinávia, pois são resultados da ação de enormes placas de gelo e erosão das montanhas devido ao gelo. Os fiordes só existem em regiões litorâneas com montanhas onde o clima é ou foi frio o suficiente para formar as geleiras abaixo do atual nível do mar. As geleiras (alpes) na Suiça por exemplo não são no litoral, são no interior do país, geleiras elevadas em montanhas, sem saída para o mar, por isso não se formam e não se chamam fiordes.
Viu só, este blog também é conhecimento!
Os países ao (muito) norte do hemisfério norte são os lugares onde se podem encontrar fiordes hoje em dia. É estimado que existam fiordes desde mais de 12 mil anos, desde a Era Glacial, quando o mar ocupou os espaços que as geleiras haviam escavado na costa atlântica. Os fiordes podem chegar a centenas de kilômetros, podendo ser separado do mar por falésias.
Essa introdução toda para dar continuidade aos posts da Noruega. A Noruega, como nobre parte da Escandinávia, é um dos poucos lugares no planeta onde fiordes podem ser encontrados. Como todo mundo sabe, o frio lá não é brincadeira, e no norte do país há excursões "polares" para conhecer de perto essas paisagens tão extraordinárias. Bom, eu ainda não to louca criei coragem de ir conhecer os fiordes de pertinho, mas lá em Oslo mesmo, existe uma região chamada Oslofjorden que é uma área mais acima do nível do mar que o centro da capital e de lá é possível ver alguns dos fiordes noruegueses.

Oslofjorden é conhecida como uma área antiga, onde os vikings deixavam seus barcos, e foi aqui onde três dos mais bem preservados barcos vikings foram desenterrados.
Apesar dos fiordes de Oslo serem bem urbanizados, em Bygdøy, interior da região de Oslofjorden, é possível encontrar meio que um refúgio da capital e se assombrar um pouco com essa herança cultural antiga da navegação norte-europeia. A menos de meia hora do centro de Oslo, Bygdøy significa "a ilha habitada" e foi de fato uma ilha até o final do século 19 quando o mar que havia entre Frognerkilen e Bestumkilen foi preenchido. Ali é possível sentir um pouco da rica atmosfera cultural relacionada aos vikings, suas tradições marítimas e, é claro, apreciar a paisagem dos fjordes.
Tudo bem que no primeiro dia do ano, quando fomos lá, o tempo estava uma chatice nevando e choviscando além de um frio danado, mas ainda assim. Em todo lugar eu lia que uma visita a Oslo não era completa sem uma visita à península de Bygdøynes. Além do que, era o primeiro dia do ano e tudo absolutamente tudo estava fechado, então não tinha muita escolha não também. E tambem, quer saber, quão especial e único é estar na Noruega no inverno no meio da friaca toda branquinha vendo os fiordes, mesmo que de longe? Eu adorei! Só faltava o Kings of Convenience tocando pra mim ali.
O museu FRAM era o único museu aberto no primeiro dia do ano e ele é dedicado aos navios polares, especialmente ao chamado "Fram" de 1892, e às expedições heroicas de Fridtjof Nansen e Roald Amundsen ao Ártico e ao Antártico.
Não, sério mesmo, tem que tirar o chapeu. Navios polares? Nesse dia não estava nem tão frio para padrões noruegueses, e ok, concordo, não tinha nem tanta neve assim. Mas o frio não é necessariamente diretamente proporcional à quantidade de neve. A neve estava mais pra gelo mesmo, e com a proximidade do mar, eu em pouco tempo já não sentia meus pobres dedinhos. 
Até pouco tempo atrás Bygdøy tinha pouco mais de uma centena de casas e era bem pacata. Hoje já cresceu bastante mas continua preservando seu ar residencial, pelo menos até chegar ali na região do museu Fram. Mas no verão, a região de Bygdøynes é muito movimentada e há várias praias ali perto, como Huk e Paradisbukta, inclusive de nudismo que os europeus adoram.

Para chegar à Bygdøy de ônibus, que foi o que a gente fez, pegue o ônibus 30 da frente da estação central de Oslo e desça na parada "Bygdøy" mesmo, inclusive se quiser visitar o Norwegian Museum of Cultural History, o Viking Ship Museum, o Holocaust Centre e o próprio Fram que é bem na descida. É possível também chegar lá de ferry (apenas no verão) e fazer um mini cruzeiro, direção Bygdøynes e Dronningen, saindo da prefeitura. Mais informações em www.trafikanten.no.

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