Tirana

Pra não perder o embalo: Tirana!
A maior cidade da Albânia, a capital do país. Tirana existe desde a época do império Otomano, que comentei no post passado. Tornou-se capital em 1920 e hoje tem uma população de quase meio milhão de pessoas. Considerando que a Albânia inteira tem menos de 3 milhões de habitantes, Tirana é bem populosa.
Quando cheguei em Tirana naquele ônibus maravilhoso, lembram? Desci na praça principal, a Skanderbeg square, e de lá peguei um taxi pro hotel. Sorte que o hotel que eu tinha reservado era no centro, só que... quando eu cheguei eu não sabia que eu estava no centro! Enfim. Cheguei no hotel, começou logo a chover tão forte que me desanimou de fazer qualquer coisa mais naquele dia. A previsão do tempo não estava boa.
Eu queria sair, ainda dar uma andada pelos arredores do hotel, fazer um reconhecimento de território e tal, mas não. Depois do "passeio" lá de ônibus, o mundo caindo em chuva la fora, e meu quarto de hotel ser tão aconchegante e legal, o melhor que eu fiz foi olhar o menu do restaurante do hotel, procurar algo típico e pedir um maravilhoso byrek!
Depois do perrengue no ônibus, eu mereceia mesmo um descanso. Passei o resto do dia no hotel lendo meu guia, estudando mais a história da Albânia, vendo tv em albanês, comendo meu byrek, carregando a bateria da câmera, enfim, me preparando para o dia seguinte. Aí sim! 


Acordei toda disposta no dia seguinte, pronta pra conhecer Tirana!

Foi muito interessante começar o passeio por Tirana com meu guia albanês, aliás excelente guia, pena que não acho mais o cartão de visitas dele. A previsão do tempo continuava ruim, mas de manhã as 9h quando o guia me pegou no hotel, saímos de carro no maior sol. Ele ia me explicando sobre a posição geográfica da Albânia, a influência dos italianos na arquitetura dos prédios que eu ia vendo passar no carro, o heroi nacional Skanderbeg, exemplo de maior resistência contra o império Otomano.
Muita coisa foi destruída e os prédios que se vêem na praça principal em Tirana, a praça Skanderbeg é tudo reconstrução. Aliás, a influência italiana é inegável. Prédios amarelos e de arquitetura semelhante às que se vê na Itália, em alguns ângulos voce pode jurar que está na Italia! 

Os italianos dominaram Tirana por um tempo, e foi graças a eles na década de 20 que Tirana ficou com cara de capital. Praças, boulevards, calçadas, ruas largas e bem decoradas. Infelizmente muita coisa mudou na era comunista e terremotos também não ajudaram.

Foi nessa praça Skanderbeg que o ônibus que veio de Skopje parou e é aí sempre o ponto de encontro pra qualquer coisa, o centro de Tirana. É aí que está o museu nacional, a mesquita Et'hem Bey e a torre do relógio. Nada assim ohhh que coisa impressionante, mas é o que Tirana tem pra oferecer.
Tirana pode não ter estação de ônibus, mas a cidade tem museus, cafes, restaurantes, que aliás, o lek albanês tem uma cotação baixíssima e tudo lá é muito barato. Esta praça em si como centro não tem cafes e bares, é mais uma coisa histórica e sempre tem muito carro passando. É um lugar pra ir, ver e seguir caminho.
Fora isso, o que tem pra ver são construções históricas, prédios do governo, praças e tal, nada de extraordinário que se destaque muito. Mas o que mais me chamou atenção em Tirana não foi nada disso, e sim o que se vê por todos os lados: prédios da época do comunismo em forma de caixa, todos iguais seguidos um do outro sem diferença de tamanho, com janelas simetricamente idênticas, só que de cores diferentes!
Cores, cores e mais cores! Cores destuadas, cores em formas, mistura de cores por todos os prédios. A explicação? Eu pedi uma a meu guia e eis aqui a resposta: esses prédios são da época do comunismo. Pode ver que alguns até ainda estão de sua forma original sem pintura alguma. Imagine a cidade inteira com blocos residenciais assim iguais, marrons. No mínimo, bem socialista...
Pois bem. Quando a Albania se livrou do regime comunista, o primeiro prefeito que foi eleito em Tirana era um pintor. E uma das primeiras medidas foi simplesmente pintar esses blocos residenciais, e mudar a cara de Tirana, tirar esse ar socialista, essa coisa marrom baixo astral e pintar os prédios de diferentes formas e cores.
Eis aí o resultado até hoje. Hoje essa ação é característica marcante da capital albanesa, que eu particularmente adorei. Não que fique bonito e moderno, mas imagine se fosse tudo marrom como era antes. Com cores diferentes, a cidade finalmente mudou mais sua imagem e no fundo é uma tentativa de afastar os difíceis tempos soviéticos da lembrança.
Engraçado que meu guia também me levou pra conhecer a área onde os líderes soviéticos daquela época moravam. Casas grandes com varandas e jardins, totalmente diferente do resto da cidade. A área das casas eram fechadas com segurança militar e pessoas normais não podiam circular ali. Triste.
Como dá pra perceber, o passeio por Tirana foi muito mais história contada do que coisa pra ver. Grande parte do que escrevi no post passado aprendi nesse passeio com meu guia. No início da tarde, quando o tempo já começava a virar e dar razão a previsão do tempo, tínhamos encerrado nosso tour por Tirana, e era hora de partir para Kruja, a cidade de maior resistência do império Otomano. Mas isso eu conto no próximo post.

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