Kruja

Eu sou pé quente. A previsão do tempo para quando eu estava turistando na Albânia estava terrível. Fazer turismo com tempo ruim é uó.. mas veja se eu não sou uma menina de sorte: de manhã enquanto estava eu e o guia em Tirana, estava sol. Foi só o passeio encerrar em Tirana que começou a chover como mostra a última foto do post passado. Saímos no carro ligando o limpador do para-brisa a caminho de Kruja.
Chegando em Kruja, tinha acabado a chuva e apesar do friozinho, o tempo estava abrindo!
Tirana é a capital da Albânia mas se voce não for visitar museu, um dia é mais que suficiente. Eu até ia visitar o museu nacional que deve ser muitissimo interessante contando a rica história do país, mas estava fechado no domingo. Então substituí o museu com uma esticada até Kruja, pertinho de Tirana, apenas 20km de estrada.

Kruja é um dos principais atrativos turísticos da Albânia. Não só foi a cidade de maior resistência a tomada do império Otomano no século 15, como tem é um belo exemplo de tradição albanesa.
Skanderbeg é o heroi nacional na Albania. Seu nome está por todos os lados em praças, cafes, marcas. E há uma explicação pra isso. Quando os Otomanos avançaram a direção a Kruja em 1433, o pai de Gjergj Kastrioti, seu nome original, fez um acordo para continuar liderando a região, e Gjergj foi entregue aos Otomanos onde foi treinado como um soldado e recebeu o nome de Skënder (Alexander). Em 1443, os Otomanos sofreram uma séria derrota na Sérvia, e foi quando Skanderbeg se aproveitou do momento, abandonou o exército otomano e fugiu para Kruja, onde enganou os guardas e se apossou do castelo em Kruja.
Foi aí que Skanderbeg fez história. Lutou enquanto pôde para defender Kruja da invasão otomana em uma série de ataques, mas morreu de malária em 1468, deixando um filho que era jovem demais para seguir os passos de seu pai. Kruja veio a cair em 1478, uma das últimas citadelas na Albania a ser tomada pelos otomanos. Reza a lenda que seu filho ainda saiu de barco com um grupo de albaneses pelo mar adriático até a Italia para fugir do domínio otomano, e que até hoje há uma vila na Italia onde só se fala albanês.
O castelo que se vê hoje em Kruja onde Skanderbeg se escondeu e se defendeu não é de todo original. Alguns muros e algumas partes do chão são daquele tempo, mas muita coisa foi restaurada. Lá dentro é um museu com toda a história da resistência e da força albanesa, muito legal de ver.
Fora do castelo e no centro de Kruja, há ruas de paralelepípedo com bazar vendendo souvenirs e objetos tradicionais da Albânia. Kruja é de fato um lugar pra receber turistas. Foi ali que finalmente vi ônibus com turistas, coisa que não vi em nenhum momento em Tirana. Então passei o resto da tarde em Kruja visitando o castelo, e andando pelo bazar com meu guia que não se cansava em explicar os detalhes da história e responder todas as minhas perguntas com a maior paciência do mundo.
Os souvenirs variam de chaveiros e pratos com bandeiras e desenhos da bandeira albanesa até objetos artesanais de madeira e instrumentos típicos de lá. Tudo muito curioso se voce está interessado nas tradições do país. Sem dúvida, Kruja foi a melhor parada do passeio pela Albânia.

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