Monte Carlo

A cidade de Mônaco ocupa uma área menor que a do Central Park em Nova York. Pra voce ver como é pequeno o país. Monte Carlo é uma área, um bairo no principado de Monaco. Apesar de algumas pessoas acharem que é outra cidade, é uma coisa só, Monte Carlo faz parte de Monaco, mas devido a sua importância e grande crescimento nos últimos anos, refere-se hoje a um distrito, o "quarteirão" Monte Carlo, embora ainda pertencente a Monaco.
A população do "bairro" é em torno de 3500 pessoas, e no que chamam hoje de distrito, em torno de 15 mil, que é quase metade do país praticamente. Seria tudo por causa da fama dos casinos?
Bom, andando por Monaco, é óbvio que o país "nada" em dinheiro com tantos arranha-céus monstruosos, carrões por todos os lados, iates estacionados e tal. Porem, ao chegar em Monte Carlo voce ve que ali SIM é realidade paralela, e é ali a maior concentração de gente endinheirada que eu já vi na face da terra.
Parece tudo um cenário. Chegando aos arredores do Grand Casino, não tem como não virar o pescoço para tantos carros caros e se abestalhar com a vida dos ricos e famosos. Mas carros caros que eu digo não é o que vemos em Monaco e no resto da Cote d'azur não. É carro que antes só tinha visto em televisão no máximo e nem sabia que poderia existir alguem dirigindo em algum lugar seu lamborguini normalmente como se nada tivesse acontecendo. Modelos exclusivos, placas com nomes dos donos e siglas, entrei na onda de turista e até tirei foto com os carros tambem.
Fonte de lendas incontroláveis, cenário de filmes, existente desde 1878, o Grand Casino de Carlos III fica no alto do outro lado do porto da antiga cidade de Monaco. Tivemos a "audácia" de entrar lá de chinelo e saia mesmo, mas tivemos que deixar as câmeras na recepção. Lá dentro, um luxo sem tamanho, ainda decorado em estilo da Belle Epoque, dá a impressão que estamos num filme mesmo. Mas ver garotões tirando notas e mais notas de 500 euros para apostar em mesas de poquer e jogos de cartas me fez engolir seco em como a realidade é "fácil" para algumas pessoas, e nem gasto meus neurônios tentando entender como a diversão de alguns se resume em "jogar dinheiro fora".
Claro que é diversão, e pra quem realmente tem dinheiro, uns 10 mil euros numa noite não faz diferença. Mas para mim que não nasci em berço de ouro, não consigo não me admirar. O bar era decorado com cristais e em um salão tinha um conjunto tocando, vestidos numa beca de gravata borboleta, e eu me senti deslocada de estar ali de chinelo matuta vendo um pedacinho desse mundo pela primeira vez...
Do lado de fora, motoristas esperando os carros mais caros do planeta, e muitos turistas esperando o próximo pra tirar uma foto. Carros com placas de Dubai, de não sei mais de onde, vindo "apenas" passar um fim de semana qualquer de verão no Casino em Monte Carlo.
Um pouco mais afastado do Grand Casino, não muda muita coisa não. Monte Carlo é recheado das lojas mais caras do mundo, daquelas que dá medo só de passar perto de tão absurdamente cara que é, bares que são os olhos da cara, segurança por todos os lados e muita gente estilosa e extravagante. Ali as pessoas que frequentam o lugar são ricas mas não são "famosas", celebridades. São ricos como dono de um banco, uma marca, ou mafioso mesmo. Então andam tranquilamente sem paparazzis por trás. Bom, pelo menos ali em Monte Carlo se sentem em casa.
A noite, fomos andando para a parte leste da cidade, ainda Monte Carlo, e fomos bater na praia do Larvotto. Uma comunidade com a única praia pública da cidade, cheia de iates acesos estacionados ao longe com música tocando que dava pra ouvir de longe, e bares ao longo da promenade.
Terminamos a noite num simples jantar na praia do Larvotto. E depois voltamos a Nice de trem, tentando processar tudo que tínhamos visto naquele dia. Sem duvida, a Cote d'azur é um sonho, mas Monte Carlo foi de tudo que conheci o lugar que mais me impressionou, pelo imenso luxo que jamais tinha visto antes de perto. Oh pobre de nós, mortais...

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