Berlin

A viagem para Berlin apareceu assim do nada. Aliás, um parênteses. Não é ótimo poder programar viagens do nada e po-las em prática? Então... A EasyJet que é uma companhia aérea de baixo custo aqui na Europa, é dessas que tem passagens bem baratinhas daqui prali, estava oferecendo no final do ano passado passagens com desconto de 30%. Daqui da Suíça, os vôos só saem de Zurique, Genebra e Basel, e apesar de ter vários destinos legais operados pela easyjet, nem todos são compatíveis com os aeroportos daqui. Então, apesar de eu já ter visitado Berlin em 2004, achei que seria uma boa hora de visitar de novo.
Boa hora não pela época, porque viajar em janeiro é frio pra caramba!!! Mas porque agora me interesso mais pela história, já li alguns livros, blogs, revista, vi filme e hoje sei mais sobre a 2a Guerra, o Nazismo e todo o arraso que a Alemanha sofreu. E a história não é simplesmente fascinante? Minha mãe é professora de história e eu devia ter aproveitado mais a presença dela em casa enquanto estava no colégio. Oh well. Pelo menos hoje tenho mais consciência e background pra entender as coisas. Anyways... 

A viagem foi assim super hiper mega ultra power compacta!! Sim, porque ir daqui pra Berlin no sábado de manhã e voltar no domingo a noite é rojão! Tudo por uma boa viagem, porque como já li por aí, uma viagem até quando é ruim é boa. O vôo saía de Genebra às 8:35 da manhã no sábado. Só que o aeroporto de Genebra é a 2 horas e 20 minutos daqui, e obviamente tem que chegar no aeroporto com algum tempo de antecedência e tal. Isso sem falar na semana que antecedeu este fim de semana foi super corrida, puxada, com coisas pra fazer todo santo dia depois do trabalho! As 168 horas foram eletrizantes, mas no final fiz tudo que tinha pra fazer, dormi pouco, acordei de madrugada, peguei o trem com a Jamille, e na ida para Genebra, ainda tivemos que passar pelo stress de quase ser assaltada!! Isso mesmo, em plena Suíça, estávamos lá no trem cochilando, quando tem um sujeito lá de fininho tentando puxar o celular da bolsa da Jamille! Tipo... 

CADÊ A QUALIDADE DE VIDA??? ....olhe... ficamos revoltadas! Mas não tinha o que fazer. Não tinha polícia no trem, aliás, não tinha ninguém no trem!!

Mas ela acordou a tempo e o sujeito não levou nada. Depois ainda falou "Pardon, mademoiselle..." ... é mole?? Olhe, sei não. Só faltava ele dizer "minha mão escorregou sem querer aí na sua bolsa...". Bom, mas deixando esse detalhe de lado..

O vôo é curtíssimo, só duas horas de viagem, e depois de passar pela primeira experiência de viajar de low cost sem assento marcado, só com bagagem de mão e com lanches no avião pagos a parte, chegamos a Berlin!
Fazia 8 graus em Berlin e mesmo estando bem nublado, eu de novo fiquei feliz da vida, porque assim como quando fui pra Irlanda, aqui na Suíça sempre tava mais frio. 

Do aeroporto, pegamos o metrô depois de enfrentar uma fila gigante pra comprar bilhete, e fomos em direção ao hotel que havíamos reservado. O hotel era da rede Best Western e era aquilo que estava escrito nos reviews do booking.com mesmo: bonzinho, mas antes de chegar ao quarto parecia um hospital, mas só pra um fim de semana tava bom demais! Bem localizado, próximo a estação do metrô em Spittelmarkt. Deixamos as coisas, deitei 3 minutos na cama e fomos embora andar. Estávamos com bilhete que dava direito a andar em qualquer transporte o dia inteiro, e metrô é metrô em qualquer lugar, ne, então fomos lá descobrindo as estações dos pontos onde queríamos ir, procurando as linhas e indo. 

Começamos pela Alexanderplatz, que é uma das (senão a mais) praças mais movimentadas de Berlin.
É lá onde fica a torre de TV, a famosa Fernsehturm, uma das maiores estruturas da Europa e a mais alta da cidade com 365 metros de altura. Foi construída por arquitetos suecos em 1969 e lá no topo tem um restaurante. De acordo com o guia do tour que pegamos no domingo, o elevador que sobe até lá em cima é o 5o mais rápido do mundo. 
Fomos andando em direção a Unter den Linden, que a avenida principal da cidade. A primeira grande construção que nos deparamos no caminho foi a catedral de Berlin, ou a Berliner Dom
Me lembro da primeira vez que visitei esta catedral, de como fiquei abismada com sua grandiosidade e riqueza de detalhes por dentro. Quando eu fui lá em 2004, entrava-se de graça, hoje paga-se 5 euros. Em estilo barroco, a catedral, assim como a maioria das coisas em Berlin, sofreu sérios danos na Segunda Guerra. Mas ela foi restaurada e pouco existe da estrutura original. Ela foi construída assim com esta fachada pra parecer mais velha do que é mesmo. Mas por dentro, olha, mesmo já tendo visitado muitas e muitas igrejas famosas por aí, ali é de cair o queixo.
Tô certa ou não?
Pois é. Isso a primeira construção que paramos na rua! Ainda início do passeio. Saímos meio abestalhadas da catedral a continuamos andando na Karl-Liebknecht-Strasse. Na praça ao lado da catedral, está o início da Ilha dos Museus que fica mais pra trás, a longa ilha na junção dos afluentes do rio Spree, o berço da história de Berlin. O Altes Museum, ou Antigo Museu, tem a construção em estrutura neoclássica e é uma das mais bonitas do mundo! Olha isso, gente!
Lindão né?
Ainda na Ilha dos Museus, está também a Antiga Galeria Nacional, que quando foi construída em 1870 e pouco, tinha o intuito de dispor o acervo de arte moderna, mas após a 2a Guerra, o acervo foi dividido, e após a reunificação da Alemanha, os acervos de arte moderna foram misturados de novo. 
Já bem perto do início da Unter den Linden, tem também o Museu Histórico Alemão, que olha, esse eu REALMENTE só não visitei porque não tínhamos tempo suficiente!! 

Queria muito ter ido lá conferir a exposição sobre Hitler e os Alemães que teve uma crítica excelente em tudo quanto é lugar, e só vai até 6 de fevereiro.
Uma pena mesmo. Mas só continuar a andar que já esquecemos porque é uma coisa interessante atrás da outra pra ver! Saímos tristes da frente do museu porque não ia dar tempo de entrar e logo já estávamos lá tirando fotos loucamente do Neue Wache, que fica bem do lado do museu, e é um monumento/construção que em 1930 passou a ser um monumento aos soldados mortos na Primeira Guerra, e depois da restauração em 1960, o Neue Wache tornou-se um memorial a todas as vítimas do Fascismo e Militarismo. E em 1993 foi dedicado à memória de todas as vítimas de guerras e ditaduras. Lá dentro, há uma laje de granito sobre as cinzas de um soldado desconhecido, um membro da Resistência e um prisioneiro de campo de concentração. Fortes emoções.
Do outro lado da rua está a Bebelplatz, que estava tomada pela Fashion Week. Foi lá onde a infame queima de livros que não compartilhavam da mesma ideologia nazista e representavam ameaças à ela aconteceu em 1933. Foram mais de 25 mil livros perdidos, cujos autores eram considerados inimigos do Terceiro Reich. Olha aí porque é interessante uma introduçãozinha da história, viu? Hoje um monumento na praça relembra o dramático evento. Um painel no chão da rua dá uma imagem de uma área com estantes vazias. Tô falando... uma voltinha no centro de Berlin é muuuuito intensa!!
É lá também que fica a Humboldt Universität, onde já trabalharam diversos cientistas e personalidades famosas, como Karl Marx, Friedrich Engels e Albert Einstein, que teve que sair de lá pois era judeu.
Aí quando você já está com o braço cansado de tanto tirar foto, descansa assim poucos minutos, continua andando na Unter den Linden, e começa a avistar a maior estrutura de todas, não em tamanho, mas em majestade... o imponente Portão de Brandemburgo, ou Brandenburger Tor.
A luz do sol já estava indo embora, é verdade. Viajar em Janeiro tem disso. Dá 4:30 da tarde e já tá quase escuro!!! Difícil pra tirar fotos, mas ainda assim, deu pra constatar bem que o Portão de Brandemburgo é de fato o grande símbolo de Berlin.
Esse monumento testemunhou grandes acontecimentos importantes em Berlin. Também foi restaurado entre 1956 e 1958, quando a Quadriga foi refeita. A Quadriga é essa escultura do topo, obra de Johann Gottfried Schadow, é a quadriga da vitória, pois quem dirige os 4 cavalos é a deusa romana Vitória.
Aí na Pariser Platz, durante mais de 40 anos, este monumento observou a cidade dividida, até 1989, quando foi derrubada a primeira parte do Muro de Berlin.
Portão de Brandemburgo em ruínas depois da Segunda Guerra
Andando para leste do Portão, começa-se a avistar o Reichstag, que é o Parlamento Alemão que está sob constante ameaça terrorista e é o poderoso símbolo para o povo.
Em fevereiro de 1933, este edifício estava em chamas. Um incêndio "misterioso" destruiu o salão principal e os comunistas foram responsabilizados, o que acelerou a caça às bruxas pelos nazistas, que subiam ao poder na época. Com o início da guerra, o prédio foi reconstruído, apesar de seu significado repercutir fora da Alemanha como símbolo da derrota alemã. Hoje o Reichstag é um moderno plenário e visitas só são possíveis se agendadas com bastante antecedência pela internet!
Agora fala pra mim, em poucas horas de passeio apenas por esta única rua em Berlin, como ver tudo isso e ficar indiferente? Pouco provável... Até para os poucos interessados em história, é uma viagem fascinante essa tal da capital da Alemanha!


Próximo post conto mais!

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