Peterhof e Pushkin: os palácios de verão dos czares russos

Ouvi dizer que uma visita a São Petersburgo não está completa sem uma pequena viagem a um ou mais palácios que há em volta da cidade. Isso porque são tantos mas tantos palácios dos antigos czares russos, que realmente tem que incluir no roteiro da viagem. Então no nosso 3o dia em São Petersburgo, 2o dia de passeio, saímos de São Petersburgo e fomos aos arredores conhecer os antigos palácios de verão dos imperadores, o famoso Peterhof das estátuas douradas e Pushkin, da czarina Catarina, que hoje são museus abertos ao público.


Peterhof
Peterhof é sem dúvida o palácio de verão mais visitado e mais conhecido dos arredores de São Petersburgo. Fica a 29km da cidade. É o que mais e melhor foi restaurado nos últimos anos, principalmente depois da invasão dos alemães, então está super bem conservado e isso obviamente atrai muitos turistas.
Peterhof como diz o nome, é o palácio do Pedro, o nosso conhecido Pedro I, o Grande, de 1725, de quem já falei aqui. Hof vem do Alemão e quer dizer lugar, ou seja, o lugar do Pedro. O imperador russo gostava da cultura alemã e holandesa, então a decoração e arquitetura do palácio imitava descaradamente o Palácio de Versailles, nas redondezas de Paris. Por isso mesmo, Peterhof é conhecido até hoje como o "Versailles russo", a versão russa de Versailles, porque realmente se aproxima muito.
As diversas fontes da fachada principal (são 144 no total) são uma das principais atrações. Os turistas se amontoam hoje em dia para ver elas sendo ligadas todos os dias às 11 da manhã. Ligadas realmente fazem parecer um espetáculo.
O Palácio está localizado num lugar bem privilegiado da Rússia, próximo ao Golfo da Finlândia, onde o czar podia ter uma visão para o mar, como nesta foto aí em cima. É, em relação a isto não tem nada a ver com Versailles... Ao todo são 607 hectares de parque e jardins. Dá pra passar o dia todo ali. Aliás Peterhof não é apenas atração turísticas. Muitos russos tiram seus livres para ir passear nos parques de lá, a atmosfera é realmente muito boa, com muito verde e muita tranquilidade, bem, pelo menos não nos jardins principais onde tem tanto turista.
Passamos uma boa parte do dia ali, ouvindo as histórias e curiosidades do czar Pedro o Grande, da nossa guia. De como ele gostava de levar seus convidados ao palácio no verão, ele gostava de ser cupido entre casais, então quando recebia visitas, mandava os casais darem uma volta pelos jardins e eles eram atingidos por fontes "surpresas" que eram despertadas ao pisar em certos lugares, como um campo minado. Assim ele sabia por onde os casais haviam caminhado.

Pushkin
Depois do nosso almoço, andamos mais um pouco (de carro) e chegamos ao segundo palácio do dia a ser visitado, em Pushkin, o Palácio da czarina Catarina I, esposa de Pedro. Mas o que se vê hoje de Pushkin não é o que costumava ser naquela época. A filha de Pedro, que se tornou imperatriz, Elisabeth, decidiu posteriormente construir novos cômodos e transforma o espaço num palácio mais opulente, em 1741, ainda também com Versailles como exemplo.
O design extravagante e barroco simboliza o clima que dominou o reinado de Elisabeth. A fachada de Pushkin se parece bastante com Peterhof, mas não há todas aquelas fontes então é um palácio mais tranquilo, e com bem menos turistas, ideal para um passeio sem pressa.
Visitamos também o interior de Pushkin e lá tem um museu que restaura a história do que se viveu naquele palácio. É de fato menos impressionante que o que se vê no Hermitage mas vale a pena a visita sim. Aliás, no carro no caminho de São Petersburgo para lá, vi vários outros palácios a distância, são tantos! Havia inclusive um que pertence hoje ao presidente Putin, ele é originalmente de São Petersburgo e tem um palácio lá para receber visitas. Quem sabe no futuro esse também não vire um museu.
Eu achei incrível conhecer esses palácios de verão de perto, ter uma ideia de como era a vida da corte russa, quando a Rússia era um império. Não conhecer apenas as capitais, mas também esses palácios faz parte de uma viagem a Rússia. No dia seguinte, era nosso último dia em São Petersburgo, íamos pegar o trem bala para Moscou, como já falei aqui. Tinha muito mais por vir...

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