Moscou: Praça Vermelha e Kremlin

Sem dúvida nenhuma o ponto mais alto de uma viagem à Moscou é a Praça Vermelha e a visita ao Kremlin, a sede do governo russo. Você pode sair, se afastar, rodar o resto da cidade, curtir os outros pontos turísticos que falei nos últimos posts que são sim muito interessantes e valem a pena ser visto, mas mais cedo ou mais tarde você vai terminar voltando à Praça Vermelha. 
Ela é o ponto principal da cidade, separa o Kremlin de um quarteirão histórico conhecido como Kitay-gorod, onde antigos mercadores do mundo inteiro realizavam suas vendas em ruas de paralelepípedos. Nos séculos 15 e 16 a Praça chegou a ficar tão abarrotada de gente que o grande incêndio de Moscou em 1737 que destruiu muita coisa na cidade começou lá. Na Praça Vermelha não há nem nunca houve casas nem residências, apenas construções históricas, e hoteis ao redor, em ruas a frente.
No século 17 a Praça Vermelha virou centro de debates políticos e era sempre o palco predileto para rebeliões e protestos. Com o tempo e depois da transformação após os conflitos contra as tropas de Napoleão em 1812, a medieval praça aos poucos foi virando um espaço elegante onde as principais ruas e quarteirões foram dominados por galerias enquanto outras construções existentes foram renovadas no mais verdadeiro estilo russo.
Achei tudo lindo muito cheio de detalhes, dava vontade de fotografar a cada passo. Ao entrar na Praça Vermelha, é preciso passar por um detector de metais, abrir a bolsa e dependendo do dia, ser revistado por policiais. Nessa foto aí logo acima estou pisando em cima do marco zero, de onde a cidade começa a ser medida. É sem dúvida um dos pontos mais marcantes de Moscou. Logo ao entrar, a galeria GUM chama a atenção pelo tamanho da construção, que data de 1893 e foi privatizada e hoje é uma espécie de shopping de luxo com uma decoração interna impressionantemente chique e bela.
O Museu Histórico Russo também fica na Praça Vermelha, o mausoleo do Lenin, o fundador da União Soviética, como já falei no post passado, uma capela, estátuas de personalidades russas importantes como Marshal Georgy Zhukov, que liderou o exército soviético na vitória sobre a Alemanha nazista em 1945, além da Catedral de São Basílio, que também já falei aqui, e outros prédios interessantes, sempre predominando a cor vermelha nas fachadas.
Dá pra passar tranquilamente o dia inteiro ali só dando voltas na Praça Vermelha, que aliás tem esse nome porque antigamente, "vermelho" em russo queria dizer "belo, bonito". Apenas mais tarde a muralha do Kremlin foi pintada de vermelho (antes era branca) e então ficou mais caracterizada com o nome da Praça. O fato de as outras construções também serem vermelhas ou de cor aproximada tipo laranja é puramente acidente.
O Kremlin por sua vez é uma atração a parte. Fica ali do lado da Praça Vermelha mas para visitar o interior, o museu e as igrejas do complexo, é preciso pelo menos uma manhã ou uma tarde inteira. O Kremlin é uma fortaleza, um complexo bem no coração de Moscou, no alto de uma colina com vista para o rio Moskva. No total, são cinco palácios, quatro catedrais, as torres do Kremlin (que estavam em reforma quando eu fui) e a grande muralha. É a residência oficial do presidente russo, Vladimir Putin.
O tempo em Moscou não é dos mais estáveis. Havia chovido e no nosso primeiro dia de turismo havia poças de água por todos os lados, mas a chuva mesmo só voltou no dia seguinte. Em russo, Kremlin quer dizer "fortaleza dentro da cidade" e isso me convence cada vez mais que o idioma russo é muito exato, talvez mais exato que o Alemão. O Kremlin foi finalizado em 1495 e foi esperado ser mais uma oitava maravilha do mundo, pelo tamanho e dimensão da estrutura do lugar. São 2230 metros de extensão de paredes com 20 metros de altura e 6 metros de espessura. São quatro portões, vinte torres, e mais um mundo lá dentro. 
No segundo dia em Moscou, fizemos um tour pelos principais pontos da cidade e andamos ao redor do Kremlin. Apenas na fachada dá pra ver o monumento em homenagem ao soldado desconhecido, onde há um fogo que nunca apaga e dois soldados de serviço o tempo inteiro, com troca da guarda e tudo mais. No terceiro dia a programação era o tour do Kremlin, incluindo o museu e as igrejas lá dentro que são abertas ao público.
Claro, nem todo o espaço do complexo do Kremlin é aberto ao público, afinal é lá que mora e trabalha o presidente e boa parte do governo. Mas mesmo a parte que é possível visitar já é enorme. O museu do Kremlin é uma das coisas mais impressionantes que já vi na vida. Uma pena que não se pode tirar foto lá dentro, mas foi uma das coisas que mais gostei de visitar. Objetos da antiga corte russa, dos czares, roupas, louças, carruagens, tudo muito incrível, uma viagem no tempo.
A guia que eu contratei em Moscou organizou tudo (não é de graça), mas eu tive azar porque chovia muito no dia da visita ao Kremlin. E depois que saímos do museu, não tinha condições de andar no parque interior do Kremlin. Chovia muito, estava frio, Edi estava no carrinho, enfim. Então resolvi guardar os ingressos, voltar pro hotel com Edi e esperar pra ver se a chuva baixava um pouco. Infelizmente passei mal depois do almoço que comi no hotel, Edi dormiu no quarto do hotel a tarde inteira e a gente não saiu mais naquele dia. Acho que depois de quase uma semana inteira rodando pela Rússia, o cansaço bateu e a chuva também não deu muita trégua. 
No dia seguinte já era dia de voltar pra Suíça de manhã cedo, então ficou faltando eu conhecer o resto do complexo do Kremlin. Não vi tudo, mas vi tudo que gostaria de ver nessa viagem, conforme o tempo que tinha e o programado. É clichê mas vou dizer que é motivo para voltar um dia, que eu espero voltar. Digo e repito: amei conhecer Moscou e voltaria lá pra ver tudo de novo sem pensar duas vezes, imagine pra ver o que ainda não vi. Mais especial ainda ter podido ir com o Edi do lado, que nem sabe da importância dessa viagem nas nossas vidas. 

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