Novamente em Paris

Legal que quando a gente mora na Europa já há alguns anos, os destinos de viagens começam a se repetir. Não que isso seja um problema, mas morando no centro do continente, por mais viável que seja uma viagem para lugares mais afastados, e eu cada vez mais me interesso mais por destinos "diferentes", as principais cidades aqui na Europa central são tão de fácil acesso, que vira e mexe to eu de novo indo para a Alemanha, para a França, para a Itália, que estão aqui do lado.
Sendo assim, chegando o final do ano conversa vai, conversa vem, uma amiga querida nos convidou (eu e Edi) para passar o Natal lá na casa dela, nos arredores de Paris. Bom, antes disso, devo dizer que há anos estávamos tentando combinar essa viagem e nunca dava certo, por isso ou aquilo outro. Então agora com o convite de Natal, finalmente ia dar certo. Ela tem dois filhos, um com a mesma idade do Edi, aliás 1 semana mais velho!! então eu sabia que ia bater.
Organizamos tudo, conversamos bastante acertando o dia que iríamos, se iria de trem ou de carro, quantos dias ficar, o que fazer, etc etc e tal, quando... bumm! 1 semana depois de nossa conversa, aconteceram os atentados em Paris, e eu comecei a ficar cheia de dúvidas se deveria ir mesmo ou não. Resolvemos deixar passar mais o tempo antes de fechar a viagem, ver o desenrolar das coisas, e vendo que o clima em Paris estava amenizando e conversando com várias pessoas, resolvi ir. Eu sou muito otimista e acho que se tiver que acontecer alguma coisa desse tipo pode acontecer até aqui em Berna.
Então organizamos tudo, os bilhetes de trem e a mala e Dezembro passa tão rápido que quando pisquei lá estávamos nós já no trem a caminho da capital francesa mais uma vez. Eu aaamo Paris e já fui diversas vezes, com amigos, com família, mas dessa vez seria especial porque seria a primeira vez do Edi. Edi já tinha estado na França antes, em Colmar, aliás na Côte d'Azur também, mas na barriga (eu ainda não sabia que estava grávida), mas em Paris era a primeira vez.
Era a primeira vez que eu estava em Paris com um "local", a minha amiga é original de Camarões, mas mora na França há muitos anos e há alguns anos trabalha em Berna. Então foi a primeira vez que cheguei a Paris e não precisei pegar metrô nem taxi nem nada, tinha carro esperando a gente. Era a primeira vez que eu não ia ficar em hotel também, e que ia conhecer os arredores de Paris, pois eles moram numa cidadezinha fofíssima chamada Mandres-les-Roses, a 20km da capital francesa, então foi tudo muito muito bacana.
Passeamos pelos jardins do Chateau de Versailles, que eu já conhecia, mas era a primeira vez do Edi e lá é muito grande, muito aberto, então tinha bastante espaço pra correr e brincar. Pena que venta tanto e Dezembro faz frio, mas mesmo assim valeu. Em comparação com a Suíça a essa época o clima estava uma beleza.
Andamos também pelos arredores de Mandres-les-Roses, e como foi interessante conhecer os arredores de Paris, ver um outro aspecto da vida de quem vive ali por perto, as vizinhanças de casas e tranquilidade longe do centro da cidade. Conheci a Plage Bleue com uma lagoa linda e um parque ao redor tão calmo, nem parece que ali perto está Paris!
Mas não podia deixar de ir ver de perto novamente o símbolo da cidade luz. Fomos um dia ao centro mesmo de Paris, fomos a Torre Eiffel, e mesmo com menos turistas e muito policiamento, foi muito legal estar ali de novo. Como dizem por aí, Paris é mesmo sempre uma boa ideia, ah, como eu amo essa cidade! Andamos no Champ de Mars, nos jardins do Trocadéro, e ainda deu tempo de ir dar uma volta na Champs-Élysées, ver o Arco do Triunfo mais uma vez, que maravilha!
Eu fui muito guerreira nessa viagem porque apesar de ser mesmo curtinha, eu fui com o Edi sem carrinho. Então apesar de ele já estar "mais ou menos" acostumado a andar bastante, com a mãe é sempre diferente e ele sempre prefere andar no colo.. então vira e mexe... Problema é que eu não aguento carregar 15, 16kg por muito tempo. Aí dá nisso como na foto aí acima... e como na foto abaixo tambem... hehehe.
Hehehe... imagine se fossem dois. Nessas horas só muita paciência força mesmo. Mas nada fora do normal. Mesmo assim foi maravilhoso. Mas o melhor de tudo foi o nosso Natal. Éramos nós, a família da minha amiga e uns amigos deles que falavam pouco Inglês, ou não queriam falar ne, sabe como é francês... Meu Francês muito enferrujado ainda deu pra uma comunicação básica, o que por outro lado, deu um toque ainda mais especial à ocasião. Desejar "Joyeux Noël" é diferente o suficiente do que "Feliz Natal", "Merry Christmas" ou até "Frohe Weihnachten".
Entre as crianças, o idioma era o que menos importava. Brincavam de tudo e se comunicavam na linguagem deles. O Edi saiu de lá falando "oui" e "maman". Na noite de Natal, nós jantamos, conversamos, tomamos muitos drinks e trocamos presentes. Foi bom recordar como os franceses são detalhistas na hora de estar a mesa. Foie gras eu já conhecia, mas sendo a segunda vez que eu degustava o fígado de pato, e ainda mais na noite de Natal, nunca mais eu esqueço como pronuncia. As crianças não queriam dormir, já era quase 3 da manhã e os presentes novos ainda eram interessantes o suficiente para mante-los enérgicos e acordados hahahaha. Sem dúvida um Natal para ficar na nossa história, pelo menos na minha e do Edi.

Marcadores: , , , ,