Rotterdam

Foi bom ter deixado para conhecer Rotterdam por último. Depois de conhecer Den Haag, Gouda e Utrecht, apesar de elas terem cada uma suas peculiaridades, podemos ter a sensação de estar vendo "mais do mesmo", sabe como é? Variedades da Holanda, mas é tudo Holanda. Não me arrependo de ter ido a nenhuma, pelo contrário, foi ótimo ter estado em cada uma e acho que fiz as escolhas certas para conhecer mais do interior da Holanda. Mas ter conhecido Rotterdam por último foi a cereja do bolo, porque aquela cidade não é como nada que eu já tinha visto antes.
Bom, para entender, precisamos voltar no tempo. Aula de História. Depois da 2a Guerra Mundial, Rotterdam virou praticamente um terreno baldio. A cidade foi quase totalmente destruída pelas tropas de Hitler, que pretendiam anexar a Holanda a sua conquista, no caminho de chegada à Inglaterra. A Holanda tadinha achando que iria continuar neutra como aconteceu na 1a Guerra, não se preparou direito para o confronto, e ainda tentou resistir aos ataques, mas não teve chance de defesa quando as tropas nazistas foram sem pena à Rotterdam pela segunda vez.
Não sobrou um prédio em pé. Nada. O que é obviamente muito triste e de uma perda cultural inestimável para o país. Uma marca na história da Holanda que deve doer. Mas o que também levou a uma reconstrução gradativa da cidade inteira entre 1950 e 1970, e hoje é motivo de orgulho para os holandeses, pois se voce for lá hoje verá uma cidade funcionando como nenhuma outra. É por isso que se vê prédios modernos e de formas diferentes que não se vê em nenhuma outra cidade da Holanda. O tipo de centrinho histórico de Gouda e Utrecht que comentei nos outros posts não existe em Rotterdam.
Só a estação central de Rotterdam já é uma atração. Ao sair dela e me deparar com aqueles prédios e aquelas ruas espaçosas, dá a impressão de estar em outro país que eu não podia saber qual era. Andei, andei, andei sem rumo, sem mapa. Haviam me dito que "não tinha nada pra ver em Rotterdam", mas por isso mesmo fiquei curiosa para conhecer. Ora, conhecer uma cidade que foi destruída e totalmente reconstruída já é algo para ver, mesmo que "não seja nada".
Ainda chovendo da tempestade que chegava também a Rotterdam, saí da estação e fui andando em direção ao Porto de Rotterdam que é o maior porto de cargas da Europa e o 10. maior do mundo, que fica no delta dos rios Reno e Mosa, no Mar do Norte. A tempestade foi mais rápida que eu e me pegou no meio do caminho. Me escondi num café e esperei a chuva passar lá. E passou. Depois abriu o sol de novo e ficou nublado de novo. E enquanto o tempo se decidia, eu aproveitei o espaço de tempo e cheguei até o porto.
Foi só isso mesmo. Edi dormiu no carrinho, tirei umas fotos e voltei. Já tinhamos visto Utrecht de manhã, então foi a tarde em Rotterdam, e na volta para o hotel em Den Haag, pegamos mais tempestade de chuva com vento durante a viagem de trem, e depois abriu um arco íris lá no fundo da paisagem, como se fosse uma despedida e um agradecimento. Era nosso último dia na Holanda. Preciso nem dizer se valeu a pena ne.

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