Innsbruck, Austria

A última vez que estive na Austria tinha sido em 2010, quando finalmente conheci a belíssima Viena. Nossa, que viagem fantástica que foi, como é rica a Austria, não? Digo culturalmente. A família dos Habsburgos, uma das mais nobres e importantes da Europa do século 13, deixou muita história no país pra ser relembrada. Palácios, castelos, museus, principalmente na capital austríaca Viena e em tantos outros Estados (hoje países), como já falei aqui no blog quando fui por exemplo a Budapeste e recentemente a Ljubljana.
Innsbruck é a capital do estado austríaco Tyrol, no oeste do país, a 5a maior cidade da Austria. O nome é curioso e tem explicação pra ele. Ora o rio que corta a cidade se chama Inn e bruck é de Brücke, em Alemão, que significa ponte, então ponte do rio Inn. De fato a paisagem da ponte sobre o rio Inn é incrível com os alpes tiroleses atrás e com os prédios coloridos enfeitando o cartão postal.
De Zurique são 3 horas e meia de trem num trem direto até Innsbruck. E lá os habsburgos também deixaram história como vou contar neste e nos próximos posts. Tirol é um estado que fica no meio dos alpes austríacos e Innsbruck fica num vale no meio de montanhas muito muito altas, mais de 2 mil metros. Por isso mesmo o frio e o tempo "ruim" em Innsbruck é mais constante do que em outras cidades do país e dos arredores, pelo fato de "pegar" o frio das montanhas. No inverno, o frio lá é também sempre bem maior que em outras cidades próximas. A gente pegou tempo fechado e chuva no primeiro dia, mas sol nos dois dias seguintes.
Por isso mesmo, Innsbruck é conhecida como centro de esportes de inverno, como ski e snowboard. Sediou nas décadas de 60 e 70 duas olimpíadas de inverno, na década de 80 duas paraolimpíadas de inverno, e recentemente em 2012 as primeiras olimpiadas jovem de inverno. Há diversos resorts de ski nos arredores e se tem uma coisa que com isso fica aquecida no inverno, é o turismo.
É gostoso também visitar a cidade e as montanhas no verão (ou primavera ou outono, isto é, quando não tenha neve), pois a paisagem é outra mas igualmente bela. A gente visitou a Nordkette e conto detalhes nos próximos posts. Bem a cidade é típica europeia com um centrinho fofo, bom de andar, também histórico, e a população de lá não passa de 130 mil pessoas, nada de super lotação nem filas. Tem bastante coisa pra ver no centro, tem museus legais então acho que 2 dias são suficientes pra ver a cidade.
Porém os arredores também reservam surpresas e coisa interessante pra ver como o Museu da Swarovski ou o Mundo dos Cristais (Kristallwelten) e as montanhas como eu já disse antes, vale a pena visitar pelo menos uma. Pra quem não sabe a Swarovski é austríaca e a sede da fábrica da marca é ali pertinho de Innsbruck numa cidade chamada Wattens. Com isso nossa estadia em Innsbruck juntou 3 dias muito bem aproveitados.
A melhor maneira de aproveitar e explorar Innsbruck é mesmo a pé. E o mais legal é que em qualquer cantinho que você olha, ao final da rua lá estão eles, os alpes! Bem, nós chegamos pela estação central e de lá até o centro dá uns 10-15 minutos andando. Ficamos no Hotel Sailer que casou perfeitamente localização, preço e conforto, só o wifi que não funcionava direito mas oh well. Ficava a 3 minutos da Bahnhof e 10 do centro (encontre mais opções de hotel no Trivago). Não foi preciso pegar transporte nem muito menos taxi nenhuma vez. A não ser quando fomos na Swarovski que é em outra cidade, mas isso eu conto depois como foi.
Innsbruck é uma cidade linda e o passeio ao longo do rio Inn é realmente fantástico. Mas o que chama mais atenção no centrinho de Innsbruck são os prédios. Não são apenas prédios, são obras de arte. Alguns pintados, outros com esculturas, um mergulho na arquitetura medieval e um presente aos amantes de turismo como eu. Dá vontade de ficar o tempo todo apontando a câmera pra cima tirando foto. O grande destaque no centro é o Goldenes Dachl, ou o Telhado Dourado, que é a landmark da cidade, o símbolo, o ponto de referência, a descoberta excepecional.
Construído em 1500 e decorado com 2738 telhas de cobre dourado-fogo para o Imperador Maximiliano I de Habsburgo para marcar seu (terceiro) casamento com Bianca Maria Sforza. Além de outros títulos, Maximiliano era o conde do Tirol e o casal usava o terraço sob o qual está o telhado dourado, para observar as festividades na principal praça da cidade.
O centro é pequeno e em uma tarde você figure out como é a logística do lugar. A Maria-Theresien Strasse é a principal rua de compras da cidade. Lá tem várias lojas legais além de cafés e restaurantes que espalham suas mesas na calçada em dias mais quentes, e é lá também que está a igreja St Jakob com uma torre alta caracterizando o centro. Andando direto em direção ao centro e ao Telhado Dourado que fica no fim dessa caminhada, esta rua vira a Herzog-Friedrich-Strasse, uma rua só de pedestres já virando centrão mesmo de Innsbruck, onde se tem a direita o Clock Tower, ou a Torre do Relógio e a Stadtturm, mais uma torre da cidade que é um ponto turístico, dá pra subir e ter uma visão show lá do alto da cidade inteira.
Aí pronto, você chegou ao Telhado Dourado a sua frente e à esquerda tem o rio Inn e as casinhas que falei no início do post naquela paisagem espetacular e sem dúvida vale a pena dar uma volta por lá; e à direita também requer um passeio porque é lá que está o Hofburg, mais um palácio imperial dos Habsburgos sensacional, todo em estilo rococó, considerado uma das três construções mais significativas da Austria (assim como o Hofburg de Viena e o palácio Schönbrunn, que já falei aqui no blog).
A construção original do Hofburg é de 1460 e era um complexo residencial pertencente aos Habsburgos. Foi expandido várias vezes ao longo dos anos e hoje está com uma parte da fachada em renovação. O palácio contém cinco áreas de museus exibindo objetos dos quartos de Maria Teresa do século 18, da imperatriz Elisabeth do século 19, um museu de móveis pertencentes à família dos séculos passados, uma galeria ancestral além de vários quadros de pinturas das pessoas que pertenceram à família em salões lindíssimos.
A entrada para o museu custa 8 euros para pessoas acima de 19 anos, abaixo disso é de graça. Porém domingo é family day e adultos acompanhados de criança também entram de graça. O guia de audio é de graça e tem muitas explicações sobre todos os aposentos do palácio. Reserve pelo menos 2 horas para andar no palácio, vale a pena.
Saindo do Hofburg pela Rennweg, ali perto tem o Landestheater, que é o principal teatro do estado com uma fachada lindíssima e imponente datado de 1600 e alguma coisa. Foi renovado várias vezes nos últimos 300 anos e hoje em dia o terraço na frente do teatro sempre tem eventos, e no domingo quando estávamos lá estava tendo um evento grande para crianças com música e atividades.
Uma boa maneira e opção de aproveitar a estadia em Innsbruck é com o InnsbruckCard. É um cartão válido por 24 horas (que custa 33 euros) ou 48 horas (que custa 41 euros) ou até 72 horas (que custa 47 euros) e dá direito a tudo: museus, transporte público, ônibus hop on hop off de turismo e teleféricos para as montanhas da cidade. Crianças de 6 até 15 anos pagam 50%. Veja aqui detalhes do que está incluído.
Apesar de não estar muito na rota do turismo em viagens pela Europa por brasileiros, Innsbruck é bastante turística e os principais turistas que vi por lá eram chineses ou japoneses. Vale muito a pena incluir Innsbruck no seu roteiro, principalmente pela localização da cidade, tão próxima aos países com quem a Austria faz fronteira. Um bate e volta de Zurique num dia só acho cansativo pois são 3h36minutos de viagem e Innsbruck tem certamente mais o que ver do que apenas um dia.


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