Viajar de avião com uma criança de 2-3 anos

Esse post é uma sequência deste aqui que escrevi há 2 anos, depois da minha primeira viagem sozinha com o Edi para o Brasil. Nossa, quanta coisa mudou. Relendo aqui o post vejo o quanto me faltou experiência na viagem com o Edi bebê. Mãe de primeira viagem. Hoje faria várias coisas diferente. Mas foi bom escrever pra hoje eu ler e me lembrar de como eu lidava com as coisas na época. Bem não faz tanto tempo assim, mas há 2 anos o Edi era um bebezinho que não tinha nem 1 ano e o "esquema" era outro. Fomos outras vezes ao Brasil e fiz outras viagens com ele nesse meio tempo, mas nesta última viagem ao Brasil, agora que o Edi está perto de completar 3 anos, acho que já dá pra dar um upgrade no post e contar a nova "modalidade" de viagem que me encontro.

Acredito que daqui a uns 2 anos eu vá sentar aqui novamente e dizer "nossa, olha como eu era inocente viajando com o Edi quando ele tinha 2, 3 anos! Hoje faria diferente!"... apesar de me achar "a safa" nas viagens com o Edi, continuo sendo mãe de primeira viagem e estou lidando com essa nova fase do Edi pela primeira vez na vida. Mas como os anos servem para alguma coisa e eu conheço o Edi como ninguém, posso dizer que a experiência de viajar com ele nessa fase de 2, 3 anos é a melhor que eu poderia ter.
De novo vou salientar que a grande parte do tempo quando estamos em casa, somos só nós dois, então eu
já estou acostumada a fazer tudo e a nossa rotina é puxada mas já virou a definição de "normal" pra mim, e é muito boa. Sinto um pouquinho de saudade dele bebezinho, cabendo no meu colo direitinho e até de conseguir segura-lo com uma mão só, mas hoje prestes a completar 3 anos, ele não cabe mais num braço só por muito tempo, são então outras vantagens e um novo mundo que estou descobrindo, inclusive vários aspectos durante as próprias viagens.

Com 2, 3 anos, ele já é um pouco mais independente. Já anda por bastante tempo, entende tudo que eu falo então pode ajudar em alguma coisa, tipo segurar uma bolsa, ou não tocar em nada quando estamos num banheiro público. Estou lidando com uma mini pessoinha e não mais um bebê que fica imóvel e não sabe aonde está. Ele participa das viagens, ele sabe quando vai viajar, conhece as sensações de levantar vôo num avião, não se assusta mais com pequenas coisas, diz o que quer, o que não quer, escolhe o quer comer, o que quer fazer, e está começando a entender quando eu aponto para uma paisagem e digo "olha, Edi, que lindo!".

O Edi hoje já esteve em 14 países então o vocabulário relacionado à viagem ele conhece bem. Mala, aeroporto, avião. Ele se anima quando tem uma nova viagem, anda entusiasmado no aeroporto e ao chegar num lugar novo. Não tenho certeza se ele é assim hoje porque já viajou bastante até chegar aqui, ou se é porque ele tá crescendo e de uma forma ou de outra ele iria se entusiasmar mesmo bastante na hora de viajar.
Seja como for, meu melhor companheiro de viagens está também numa fase única na vida. Ele poder andar por mais tempo e não estar sempre no carrinho na hora das viagens, significa que ele tem muito mais
energia! O que num vôo de 12 horas para o Brasil não é necessariamente uma vantagem. Se for um vôo noturno, eu posso ficar tranquila que ele vai dormir praticamente o vôo inteiro. Chegou a hora de dormir ele dorme. Mas se for num vôo diurno, meu amigo, é preciso ter força e mil maneiras prontas de entreter uma criança.

Eu procuro me preparar com antecedência, pensar em novas maneiras do que fazer durante um vôo, mas a verdade é que sempre terminamos fazendo as mesmas coisas. Ele ainda dorme a tarde e dorme no meio de um vôo longo, mas o que são 2 horinhas num vôo de 12, não é mesmo? Nas outras 10 horas, são muitas horas, que gastamos basicamente brincando, comendo, conversando, desenhando, assistindo desenho ou fazendo atividades no iPad. O iPad é a única ferramenta que o entretem por um tempo mais longo, pois além de ter várias atividades diferentes como quebra cabeça, desenhos, brincadeiras interativas, tem aplicativos de desenhos que ele pode assistir e ficar entretido sozinho.

Não sei se precisa dizer que eu não durmo. Enquanto ele está acordado, eu não consigo pregar o olho,
então eu aproveito pra ler, ver revistas, comer, enfim, fazer o tempo passar. Já se ele está dormindo, o meu sono parece pesar mais, mas eu no máximo tiro uns cochilos de alguns minutos pingados. Da última vez consegui até assistir quase um filme inteiro! O que é um acontecimento raro. Mas jantei, tomei um vinho, curti o vôo também. Fico praticamente com um olho aberto, e normalmente amarro uma coleira, uma cordinha ou o cachecol nele e em mim, para não levar nenhum "susto".

Falando em cordinha, eu comprei uma coleira pra ele, dessas mesma que ele veste e eu posso amarrar em mim ou segurar, pra que ele não se perca quando estivermos andando em aeroportos ou em alguns passeios que tenha muita gente. Não vejo o menor problema nisso, ele curte e eu posso andar mais tranquila, olhando pra frente ao invés de pra baixo pra ver onde ele está a cada 2 segundos. Acho essas coleiras uma mão na roda!
Gosto também de usar pulseirinhas de identificação, caso aconteça de ele se perder. Deus me livre, nunca
aconteceu, mas melhor prevenir do que remediar. Já vi por aí pulseirinhas com GPS mas ainda não me convenci do preço, então continuo old school.

Durante o vôo eu levanto com ele mais pro fim do vôo, quando a paciência dele já está se esgotando de ficar parado e nada mais é bom o suficiente para entrete-lo. Aí ele adora, ir ver as comissárias de vôo que sempre gastam um tempo conversando com ele, ele corre pra lá e pra cá e gasta uns 2% de energia que estão transbordando já.

Edi ainda usa fralda, então ainda tenho que usar o trocador do banheiro do avião para troca-lo, o que é uma parte não tão fácil da viagem, porque ele já está grande e mal cabe no trocador.

Ao fazer checkin e reservar assentos, eu sempre procuro dois assentos sozinhos, o que não existe em toda aeronave nem em toda companhia aérea. Viajar com um "estranho" do nosso lado é um pouco desconfortável, perdemos um pouco da nossa privacidade e Edi tenta interagir com alguém que às vezes só quer dormir. Mas faz parte das viagens.

No tema comida o Edi não me dá trabalho. Claro que durante um dia de viagem ele não come como em casa, mas as refeições dos vôos sempre inclui uma pasta com molho de tomate, quer prato melhor pra criança? Eu sempre levo uns biscoitinhos na bolsa e suquinho de caixinha e assim a gente vai enganando o estômago, não é um problema.

Me faltam palavras para descrever o quanto é boa essa sensação de poder fazer o que eu gosto com meu filho, e ensina-lo a gostar também, e ver o resultado. Ele é tão pequeno e já passamos por tantas coisas, já fomos a tantos lugares. Sem dúvida viajar com o Edi agora está melhor simplesmente porque ele participa mais das viagens, é um verdadeiro companheiro.

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